Michael Peña numa das cenas mais malfeitas de Crash
Na Locadora
Crash - No Limite
Para ver e esquecer

O roteirista Paul Hagis escreveu Crash - No Limite em 2004, mesmo ano em que roteirizou o oscarizado Menina de Ouro, de Clint Eastwood. Com a consagração do filme de Eastwood, veio o prestígio e depois o dinheiro necessário para que estreasse como diretor. Antes, porém, ele ainda faria o roteiro de uma franquia conhecida que tenta tomar novo fôlego com um novo ator como protagonista, 007 - Cassino Royale.

Mas o projeto pessoal de Hagis era mesmo Crash. E ele não só conseguiu realizá-lo, como convenceu a maioria dos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas a entregá-lo os Oscars de Melhor Filme e Roteiro Original este ano.

Depois de passar quase duas horas assistindo a Crash - No Limite, fiquei pensando em como é complicado entender o que se passa na cabeça dos votantes do Oscar. Será que ninguém viu L.A. Story, Grand Canyon - Uma Geração em Conflito, de Lawrence Kasdan, Short Cuts - Cenas da Vida, de Robert Altman, ou Magnólia, de Paul Thomas Anderson?

Malfeito, mal dirigido, piegas e nem um pouco original. Crash não só copia a narrativa do filme de Paul Thomas Anderson, como algumas de suas tramas/personagens parecem xerox das de Magnólia. E não há surpresas, tudo é previsível.

Veja lá, o filme não é ruim. Mas não tem nada de original e nem é um grande trabalho de direção. O elenco é, em sua maioria, de caras conhecidas, mas o resultado das atuações é razoável. Excetuando-se Don Cheadle, Matt Dillon, Terrence Howard e Thandie Newton, o restante do elenco faz um arroz-sem-feijão literal.

No final das contas, Crash lembra quando a novela das oito quer parecer cinema. E fica mais difícil ainda entender a cabeça dos membros da Academia - Melhor Filme e Roteiro Original?! E ainda há o detalhe de que o filme é datado de 2004 e não de 2005.

Alugue, veja e depois esqueça. E boa sorte para Hagis como roteirista.