"Tá rindo do quê?"
V de Vingança
Autor da HQ mete (ops!) o cacete!

Alan Moore não é muito afeito às adaptações de seus trabalhos para o cinema. Confesso que o roteirista/escritor/porra-louca tem certa razão em suas críticas ácidas quando se vê resultados medianos como Do Inferno, dos Huges Brothers (Ameaça À Sociedade), ou ridículos como A Liga Extraordinária, de Stephen Norrington (Blade).

Mas então não seria a hora de Moore simplesmente não vender os direitos de sua obra para Hollywood? Ou reclame total controle na adaptação, tal qual Frank Miller em Sin City - a única vez, que me vem à memória, de um autor de quadrinhos colar a bunda nos estúdios para fiscalizar uma adaptação sua para a tela-grande. O resultado, para mim, foi que Miller deveria ter ficado em casa.

Mas vamos à V de Vingança. Depois de ver o filme, Moore saiu metendo o cacete nos produtores do filme e no diretor James McTeigue e ainda disse que o roteiro era um LIXO! McTeigue ficou decepcionado com a reação do escritor inglês e falou à Folha de S. Paulo, em entrevista publicada nesta terça-feira 4, que a menos que tivesse feito uma adaptação página a página, Moore nunca ficaria satisfeito.

A verdade é que V de Vingança, que estréia no Brasil nesta sexta-feira, dia 7, atualiza alguns aspectos da HQ original e até muda alguns detalhes e "apaga" personagens menos expressivos - a meu ver, nada que não precisasse ser feito para um filme de parcas duas horas.

O texto original é muito bom e o filme, pelo pouco que vi e pelas críticas, parece respeitar e muito sua fonte inspiradora. A estréia de McTeigue na direção estreou no dia 17 de março no resto do planeta e já arrecadou US$ 87 milhões - US$ 54 milhões deles só nos EUA. Parece pouco, mas o filme custou apenas US$ 52 milhões - bem gastos, por sinal, pois a produção é de primeira.

Então, deixa o Moore reclamar (pois ele reclama de barriga cheia) e vai conferir a adaptação no cinema, o lugar certo para se ver filme desse quilate.

Comentários

Anônimo disse…
Porém eu li que a história original é ambientada na inglaterra de Margareth Tatcher, e o roteiro do filme o coloca no futuro, com um governo inspirado no nazismo e até com um ator que parece com Hitler se tivesse ficado muito velho. Não assisti ao filme, mas acho que tamanha modificação pode dar motivos ao autor para criticar. Querendo ser politicamente correto, o roteirista pode ter estragado a obra. A meu ver, seria muito mais interessante uma coisa mais próxima da realidade.

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