Invictus
Um Eastwood pouco inspirado

Confesso que fiquei decepcionado com Invictus.

Nos últimos anos, o ator, produtor e diretor Clint Eastwood foi responsável por alguns dos filmes mais ousados e espetaculares já produzidos no cinema americano - Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, A Conquista da Honra, Cartas de Iwo Jima, A Troca e Gran Torino.

E desde 2006 começou a realizar dois filmes por ano - uma superprodução e um projeto mais intimista e de orçamento menor.

Invicuts marca um rompimento desse padrão - além de ter sido o único filme do diretor no ano passado, é também a sua primeira "ratada" em sete anos.

O filme que conta a história de como o presidente Nelson Mandela conseguiu unificar a África do Sul a partir da Copa Mundial de Rúgbi é pouco inspirado, óbvio, cheio de clichês e com atuações decepcionantes de Morgan Freeman e Matt Damon.

Nem parece um Eastwood, mas sim um diretor estreante.

Em Invictus, a sutileza habitual do diretor, que já lhe rendeu cenas apaixonantes e de temas delicados, tem gosto ruim e se torna obviedade e metáfora pobre.

Como logo no início do filme, quando o carro do presidente passa por uma rua que divide dois campos - um dos jovens brancos e ricos jogando Rúgbi e o outro dos jovens negros e pobres jogando futebol.


Se a intenção era mostrar que o apartheid ainda persistia, apesar da eleição de um presidente negro, o filme se contradiz ao mostrar um jogador negro na seleção africana, sem nem mesmo discutir como ele chegou lá ou porque seus colegas "racistas" o aceitavam tão bem.

No final das contas, por ser uma história de superação real, Invictus ainda agrada, mesmo que decepcione os fãs do diretor. E prova que um Eastwood pouco inspirado ainda pode ser um bom filme.

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