
Prontuário 666
Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão
O mestre do terro brazuca para ler
Nas bancas há cerca de um mês, Prontuário 666 - Os Anos de Cárcere de Zé do Caixão serve como uma ponte entre os filmes Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver e o novíssimo Encarnação do Demônio, relatando os 40 anos de prisão do personagem mais aterrorizante do cinema brasileiro.
O livro em quadrinhos chega em edição caprichada da Conrad e roteiro e desenhos fantásticos do gaúcho Samuel Casal. A intenção era chamar atenção para o novo clássico do terror de José Mojica Marins, mas o resultado acabou sendo decepcionante.
Bilheterias à parte, Prontuário 666 é uma pequena obra-prima que merece ser lida por qualquer amante de quadrinhos - principalmente aqueles que sentem saudades de um bom quadrinho de terror, coisa praticamente inédita nas bancas brasileiras nos dias de hoje.
Logo de início somos apresentados à casa de detenção de São Paulo, no dia 8 de agosto de 1988, onde Josefel Zanatas, vulgo Zé do Caixão, se encontra preso. Conhecemos então o dia-a-dia deste detento de ficha número 666 e suas experiências dentro do que ele mesmo chama de "zoológico humano".
Casal e sua parceira de roteiro, a paulista Adriana Brunstein, criam metáforas das classes sociais e engrenagens do mundo do crime a partir da visão de Zé do Caixão sobre a relação entre presos, agentes presidiários e dos animais e vermes que habitam o presídio.
A história termina com a soltura de Zanatas, 40 anos depois, e leva imediatamente ao início do filme, que já nasce clássico por si.
No final, algumas ilustrações do mestre do terror verde-amarelo pelas mãos de gente boa como Mozart couto, Marcatti, Fábio Cobiaco e Angeli.
Merece ser apreciado.
Prontuário 666
120 páginas
R$ 19,90 em média
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