
R A M B O IV
Stallone alopra e faz seu pior filme em décadas
Lembra daquele Rambo que não matava ninguém, mas apenas queria chamar a atenção sobre como a sociedade americana estava maltratando os ex-combatentes do Vietnã? Bom, não era?
E daquele que foi saía em missões impossíveis, metendo chumbo em inimigos sem rosto em defesa dos oprimidos e explorados pelo extinto regime soviético? Inaugurou a era da truculência e era até divertido.
Lembra? Pois eles já eram.
Silvester Stallone conseguiu a proeza de conceber sua pior aventura de Rambo, numa época em que poderia ter rendido talvez o melhor filme do personagem. O novo Rambo é um gordo presunçoso que vive na Tailândia caçando cobras para rinhas, com cara de pateta e apetite feroz para sangue.
Num roteiro equivocado, John "Homer Simpson" Rambo vive sua vidinha medíocre e é procurado por um grupo de catequizadores para ajudá-los a seguir até a região de Burma, dominada por guerrilheiros sanguinários.
É claro que a missão dá errado e o valente Rambo tem que voltar para buscar o grupo de patetas. Mas antes ele terá que se aliar a um grupo de mercenários e ganhar o respeito de seu líder.
Com essa premissa besta, Rambo IV (ou simplesmente Rambo, no original) começa frouxo e sem diálogos para descambar para uma matança sem limites, tão escatológica que dá a impressão de estar vendo um filme da série Sexta-Feira 13.
A coisa toda é tão ridícula que a imagem do próprio Jason é ressuscitada, quando o herói aparece segurando um facão nojento e arrancando cabeças alheias.
Em tempos de Ultimato Bourne, Stallone nunca pareceu tão ultrapassado e sem noção. Evite.
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