
Comédia dramática é o Miss Sunshine da vez
Não me entenda mal. Juno é uma das comédias dramáticas mais deliciosas e originais que surgiram no cinema nos últimos anos – a exemplo de Pequena Miss Sunshine.
Ellen Page (Menina Má.Com, X-Men III), a despeito de seus 21 anos, faz uma adulta prematura de classe média perfeita e mereceu a indicação ao prêmio de Melhor Atriz.
E o filme discute com leveza um tema sério em qualquer sociedade ocidental, que é a gravidez na adolescência.
Mas conseguir quatro indicações no Oscar, entre elas as de Melhor Filme e Direção, num panorama em que O Gângster ficou de fora das categorias principais, parece um pouco forçado – está mais para um padrão que a Academia parece querer seguir desde as últimas edições da premiação.
Discussões à parte, Juno é um filme surpreendente – mais pelo tratamento do tema do que por seus dotes cinematográficos, diga-se de passagem.
Page é uma adolescente auto-suficiente e com Q.I. acima da média que acaba engravidando do garoto mais paspalho da escola. Sem pudores ou preocupações, ela decide manter a gravidez, mas também arranjar um casal para adotar seu bebê.
O casal é encontrado e Juno, na avidez por conhecer melhor os futuros pais de seu filho, acaba se aproximando demais dos dois e, claro, gerando conseqüências não tão animadoras.
O roteiro é da blogueira mais famosa nos últimos tempos lá fora, Diablo Cody, e concorre ao Oscar de Roteiro Original. A simplicidade e realidade com que Cody trata os relacionamentos a dois é o mote do filme.
Há três relações distinguíveis na trama: o frescor de Juno e o boboca do namorado, a solidez do segundo casamento de seu pai (J.K. Simmons, o Jameson de Homem-Aranha) e o casal vivido por Jason Bateman e Jennifer Garner.
A trilha sonora é outro detalhe delicioso do filme e ficou semanas no topo da lista dos discos mais vendidos nos EUA, depois da estréia do filme nas telas americanas.
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