
Superman de Byrne ganha edição especial
A minissérie Superman - O Homem de Aço foi lançada e relançada pela Abril em tempos ultrapassados, mas nunca havia ganahado uma edição decente no Brasil. Eis que a Mythos finalmente publica o material por aqui em edição especial, formato americano e em cores - a editora anunciava desde 2003.
Nas bancas desde o dia 12, o especial traz a minissérie escrita e ilustrada por John Byrne, oriúndo do Quarteto Fantástico, da concorrente Marvel. Byrne tinha sido contratado pela DC Comics para revolucionar o personagem, reformulando sua origem e deixando-o mais moderno. E conseguiu.
Originalmente publicada em 1986, Superman - O Homem de Aço mostra os primeiros passos de Clark Kent como o herói vestido em colante azul, mas, mais do que isso, solidifica em apenas seis edições toda a estrutura que vai assegurar o sucesso do personagem nos anos vindouros.
Da relação com os pais, ainda vivos (no original, morriam ainda em Smallville), passando pelo amor impossível com Lana Lang, o interesse por Lois, a relação amor/ódio com Lex Luthor, até a descoberta de sua herança kriptoniana, Byrne deu um toque muito mais humano ao personagem clássico, tornando-o um protetor do planeta e não mais um ícone americano - o que foi bem assimilado por Bryan Singer no novo filme.
Byrne ainda assimilou conceitos inseridos na mitologia do herói pelo filme de 1978. O planeta Krypton asséptico, sem emoções, é uma versão mais grandiosa da do filme de Richard Donner - até as vestimentas remetem ao filme. O fato de o herói só conhecer seu grande inimigo na vida adulta também é um detalhe extraído da produção.
Mas em relação a Clark Kent e seu amor platônico pela repórter Lois Lane, Byrne buscou inspiração na série dos anos 40/50, estrelada por George Reeves. Clark não banca o paspalho na redação do Planeta Diário e nem se humilha para ninguém. Muito pelo contrário, é o grande concorrente de Lois no jornal - essa parte serviu de base para a fraca série dos anos 90 Lois & Clark.
Superman -O Homem de Aço não tem um papel dos melhores, não possui nenhuma apresentação dos editores, nenhuma entrevista com o autor, nem mesmo os rascunhos das capas, mas ainda assim é um grande lançamento que merece estar na estante.
Resta torcer para que a editora publique o material das revistas Superman e Action Comics, também escritas e ilustradas por Byrne nos dois anos seguintes.
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