Almanaque dos Quadrinhos
Um livro de HQs essencial?

Nas prateleiras e estantes das livrarias de todo o Brasil desde o final de dezembro, o Almanaque dos Quadrinhos - 100 Anos de Uma Mídia Popular tem tudo para ser um livro essencial para o apreciador médio da nona arte, bem como para aqueles que estudam o assunto mais a fundo. Mas, infelizmente, não é.

Não me entenda mal. O livro é um achado para os poucos escolados, tem textos abrangendo praticamente tudo que foi publicado no Brasil desde os anos 40, tem um projeto gráfico belíssimo (parabéns a Marcelo Martínez) e se estende para registrar a influência (ou não) dos quadrinhos em outras mídias.

Então, por que o livro não é o guia essencial? Porque os textos (sempre eles), salvas as exceções, são rasos e chatos, muito chatos. Às vezes, a impressão que se tem é que alguns foram aproveitados de algum trabalho de conclusão de curso universitário.

Mas, ainda assim, o trabalho merece louros. A Ediouro tirou as mãos dos diretores dos bolsos e o livro saiu bonito e bem acabado, como poucos no mercado, com mais de 200 páginas e um preço acessível.

Em Almanaque dos Quadrinhos Há desde o Yellow Kid do início dos tempos (leia século XX), passando pelos heróis pulp, a invasão dos super-heróis com o surigmento de um certo kriptoniano, o evento Disney, quadrinhos europeus, produção brazuca, até a rendição aos quadrinhos japoneses (mangás) pelos mercados americano e brasileiro.

Não é essencial, mas quase chegou lá.

Carlos Patati e Flávio Braga são os responsáveis pelo trabalho, que sai no formato dos almanaques lançados pela editora recentemente. Patati é roteirista de quadrinhos conhecido. Foi editor das extintas Porrada!, Hevy Metal Brazil e, junto com Braga, criou o fanzine/almanaque Caô, reunindo talentos nacionais em torno de roteiros seus.

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