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X-Men Reload
Mutantes recauchutados nas bancas

Sucesso no mundo inteiro (onde é publicado, claro), o projeto X-Men Reload, que a Marvel Comics executou no ano passado para dar mais vigor à franquia mutante nos quadrinhos, finalmente começa a ser publicado no Brasil pela Panini Comics.

Depois do sucesso das duas adaptações cinematográficas, a Marvel ficou empolgada e deu liberdade total para seus escritores e desenhistas, que acabaram se deixando influenciar bastante pelos filmes de Bryan Singer e adotaram uma linha mais realista.

O resultado: menos uniformes coloridos, nada de máscaras e super-heroísmo, apenas um grupo de seres humanos evoluídos tentando liderar o novo passo da humanidade. O resultado agradou boa parte da crítica de quadrinhos e desagradou grande parte dos fãs das revistas em quadrinhos.

E os fãs estavam certos, pois apenas o trabalho da revista New X-Men, rotieirzada por Grant Morrison (Sandman) tinha qualidade. O restante era derivativo das idéias de Morrison, mas sem a criatividade do escritor escocês.

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Eis que o editor-chefe da Marvel, Joe Quesada, resolve dar uma recauchutada das boas nos mutantes. E não é que ele conseguiu!? Reuniu um verdadeiro time de feras e alavancou as vendas dos principais títulos e ainda conseguiu empurrar alguns novos. Vou me ater ao que acho ser a nata dos quadrinhos dos mutantes (acredite, há muita porcaria no meio).

Para começar, Quesada queria sangue novo nos roteiros. Então foi buscar inspiração em outra mídia, a TV. Joss Whedon, criador de Buffy, A Caça-Vampiros (lembra dela?), foi recrutado para o trabalho e ganhou um título chamado Astonishing X-Men.

Whedom praticamente deu seguimento às idéias de Morrison, mas conseguiu injetar uma vitalidade tão à flor da pele que apenas nas poucas páginas da primeira edição se tem a certeza de que ele é autor que veio para marcar época.

Os desenhos de John Cassaday (Planetary) são um espetáculo a parte. Oriundo da Wild Storm, selo que é hoje propriedade da concorrente DC Comics, Cassaday tem um traço bastante real, mas com uma concepção visual e uma narrativa formidáveis. É, sem sombra de dúvida, o melhor título mutante do momento.

O clássico título Uncanny X-Men ficou nas mãos de ninguém menos que Chris Claremont, o verdadeiro responsável pela popularidade dos mutantes no mundo, e do experientíssimo ilustrador Alan Davis (O Outro Prego). Claremont ainda ganhou um novo título, chamado Excalibur, mas aparentemente sem nenhuma relação com o grupo mutante sediado na Inglaterra.

O primeiro mostra Claremont de volta ao que melhor sabe fazer e com um bom desenhista dos anos 80 a seu serviço. O resultado é uma revista leve, cheia de aventuras ininterruptas e muitos personagens resgatados.

Excalibur não mostra a que veio em sua primeira edição. O professor Xavier vai para a ilha de Genosha acompanhado do corpo de seu "velho amigo" Magneto (que morreu no penúltimo arco de Morrisson). Divagações, mutantes novos e muita lerdeza. Um final que mostra que CLaremont está escrevendo para cumprir contrato.

X-Men, o terceiro título mais importante do grupo, ficou a cargo do roteirista Chuck Austen e do desenhista Salvador Larroca - os dois já estavam produzindo New X-Men depois da saída de Grant Morrisson. Nenhuma surpresa nos roteiros, arte bem elaborada, mas devendo alguma coisa. Há um brilho de que pode melhorar, mas por enquanto é apenas um brilho.

A novíssima fase pode ser conferida nas bancas em X-Men 46 e X-Men Extra 46. É bom lembrar que algumas regiões receberão as revistas com um atraso de três meses. Confira as capas de todas as edições e a previsão de lançamento no site da Panini Comics.


E boa diversão.

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