Fernando Meirelles dirige o ator Ralph Fiennes
O Jardineiro Fiel
No coração da África
Fernando Meirelles acerta em sua primeira produção internacional

Procurando um filme para ver este fim de semana? Pois bem, tente O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener), que estréia nacionalmente esta sexta-feira e traz o aclamado (sim, aclamado) diretor Fernando meirelles na direção. Para aqueles de pouca memória, Meirelles foi o principal responsável pelo maior filme brasileiro dos últimos anos, Cidade de Deus.

Assim como seu colega Walter Salles Jr. (que dirigiu o sem-graça Água Negra), Meirelles recebeu alguns projetos internacionais para apreciação e acabou optando por uma adaptação do romance de John Le Carré, que aborda a indústria farmacêutica e seus métodos de pesquisa e desenvolvimento de medicamentos na África do Sul.

Diferente de Salles, Meirelles acertou no projeto. Acertou em cheio e conseguiu fazer um filme pouco convencional e que traz sua assinatura pessoal - é difícil assistir às pouco mais de duas horas de O Jardineiro Fiel e não lembrar em um ou outro momento de Cidade de Deus.

Narrativa
O maior trunfo de O Jardineiro Fiel é sua narrativa. Sua trama cairia bem nas mãos de qualquer diretor norte-americano, mas o resultado final seria um thriller (filme de suspense) eficiente e pouco ousado. Meirelles explora sua história passo a passo, sem pressa, ludibriando o expectador por vezes e só revelando o que realmente interessa quando necessário.

À certa altura, descobrimos toda a trama, mas já estamos numa estrada sem volta no drama do conselheiro britânico Justin Quayle (Ralph Fiennes) e sua busca por respostas sobre o assassinato de sua esposa Tessa Quayle (Rachel Weisz, excelente).

A história começa em Londres e tem passagens pela Alemanha, mas é na África do Sul que o filme/história encontra seu caminho. Um continente pobre, muito pobre mesmo, e ao mesmo tempo belíssimo, que apresenta uma realidade reconhecível apena em filmes.

Meirelles mostra uma África crua, literalmente subdesenvolvida, que se serve como prato farto às experiências do Primeiro Mundo. Algumas tomadas aéreas mostrando os favelões lembram a realidade brasileira e em um ou outro momento temos a impressão de que a história se passa aqui. Cheira a Oscar.

Mais do que vale o preço do ingresso.

No site do filme (muito legal) há traileres, cenas do filme e fichas da equipe técnica e atores. Clique aqui e confira.

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