Humbug - The Arctic Monkeys
A evolução dos macacos

A verdade é que o quarteto britânico Arctic Monkeys nunca me chamou atenção.

Desde seu primeiro trabalho, Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, de 2006, passando pelo badalado segundo disco, Favourite Worst Nightmare, quando se tornou o álbum mais vendido do ano sem sequer ter sido lançado, a banda sempre me pareceu fadada ao público adolescente inglês - e pretensos alternativos de outros países.

Mas eis que, numa demonstração de maturidade e tino comercial, a banda convida para a produção de seu terceiro álbum o líder e cabeça pensante da californiana Queen of the Stone Age, Josh Homme. E acertaram em cheio, pois Humbug é, de longe, o seu melhor disco.

Falar em maturidade é cair no óbvio, mas é exatamente isso que vem à cabeça depois de ouvir as duas primeiras faixas, My Propeller e Crying Lightning - os garotos cresceram, deixaram as festinhas de lado e agora querem um lugar no patamar do rock 'n roll, ao lado das bandas que tanto admiram.

Co-produzido por James Ford, um dos produtores do segundo álbum, Humbug (Artifício, em inglês) foi lançado no mercado inglês em agosto do ano passado, mas só agora este que vos escreve teve disposição para ouvi-lo - e confesso que me arrependi de não ter feito isso antes.

Recheado de guitarras inteligentes, letras maduras e um vocal bem mais trabalhado que o usual (parabéns a Alex Turner), Humbug impressiona à primeira audição, trazendo uma sonoridade mais sombria e até psicodélica, que remete aos trabalhos paralelos do produtor e coloca o grupo de Sheffield no mesmo patamar de nomes como Franz Ferdinand, Keiser Chiefs e Bloc Party.

O disco inteiro é muito bom, mas ouça (além das duas citadas acima), o segundo single Cornerstone, a balada-mas-nem-tanto, Secret Door, e ainda Potion Approaching.

Não deixe de ouvir.

My Propeller, a faixa que abre o disco, foi lançada como o terceiro single em fevereiro. Confira o vídeo logo abaixo.

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