
Guia Politicamente Incorreto
da História do Brasil - Leandro Narloch
"Este livro não quer ser um falso estudo acadêmico, como o daqueles estudiosos, e sim uma provocação. Uma pequena coletânea de pesquisas históricas sérias, irritantes e desagradáveis, escolhidas com o objetivo de enfurecer um bom número de cidadãos."
O texto acima, presente na contracapa do Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, já avisa que o que você vai ler se trata de um trabalho irreverente e ousado.
Irreverente, porque trata com humor (negro, às vezes) alguns dos fatos históricos mais marcantes da História do nosso país; e ousado, porque o autor mostra que não tem medo de apontar alguns dos maiores erros da nossa historiografia, mesmo quando livros oficiais insistem neles.
Você sabia, por exemplo, que quem mais matou índios no Brasil foram os próprios índios? Ou que Zumbi dos Palmares tinha seus prórpios escravos? E que o desfile das escolas de samba foi idealizado por millitares? E que a feijoada é um prato tipicamente europeu, sabia?
O jornalista curitibano Leandro Narloch tem apenas 31 anos, mas é dono de um currículo invejável. Além de repórter da Veja, foi editor de duas das melhores publicações de banca do país hoje, as revistas Aventuras na História e Superinteressante - ambas da editora Abril.
O contato com um vasto material acadêmico de novos pesquisadores e historiadores para a feitura de muitas das matérias dessas duas revistas, que sobrevivem, principalmente, de recontar a História com mais fidelidade, deve ter sido a força motriz deste livro.
A verdade é que o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil é um livro que, além de ser informativo, é extremamente delicioso de se ler.
Prepare-se para se arrepiar e até se contrariar com algumas revelações a respeito da história dos índios, dos negros, de alguns dos maiores escritores brasileiros, da guerra do Paraguai e mais um bocado de coisa.
O melhor é que, além de ser tudo verdade (ou, pelo menos, o mais próximo dela), Narloch aponta suas fontes de pesquisa, uma a uma, ao final de cada cada capítulo, para que o leitor faça sua própria pesquisa e aprofunde seus conhecimentos dentro de cada assunto.
Ah, além da capa genial, reproduzindo com um toque tupiniquim a capa de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, o projeto gráfico de Ana carolina Mesquita torna a leitura ainda mais dinâmica e agradável.
Indispensável.
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