
Apesar do vazamento do copião, de todas as críticas negativas e do adiamento da estreia no México e na China, X-Men Origins: Wolverine, a maior aposta da Fox para este ano nos cinemas, fez bonito no fim de semana.
Em apenas três dias o filme estrelado pelo galã Hugh Jackman, em sua estreia como produtor, acumulou US$ 160 milhões ao redor do planeta, sendo que US$ 87 milhões apenas nos EUA - por aqui, faturou incríveis US$ 4,8 milhões.
Muito bem. Retruquei um bocado para escrever sobre Wolverine. Primeiro, por causa de toda a história do vazamento (é claro que eu assisti o copião, mas, por uma questão de princípios, não poderia escrever sobre um filme inacabado).
Depois, porque eu acabei gostando do filme após conferi-lo pela segunda vez na telona. Mas a primeira impressão que tive foi de que X-Men Origens é claramente um filme dividido entre diretor e produtor.
E, para mim, esse é o grande ponto negativo do longa.
De um lado, o blockbuster, arrasa-quarteirão, tão cortejado e incentivado pelos estúdios, e do outro, o filme intimista sobre um homem em luta contra sua própria natureza animalesca. Não há equilíbrio perfeito aqui.
Qual deles saiu ganhando? Pelas imagens de divulgação dá pra ter uma idéia.
Drama inacabado O desconhecido-apesar-de-ter-ganho-um-Oscar diretor Gavin Hood tentou manter o clima de realidade imposto por Bryan Singer nos dois primeiros filmes da franquia e até conseguiu. Mas a sensação de carnaval mutante de X-Men III: O Último Confronto incomoda.
Não só incomoda, como até atrapalha o drama de James/Logan/Wolverine, garoto que descobre ser filho do caseiro e que passa a vida fugindo pelo mundo com seu meio-irmão Victor Creed (o famigerado Dentes-de-Sabre), atravessando guerras e finalmente sendo aprisionado.
Recrutado pelo coronel William Stryker, o mesmo vilão de X-Men 2, para fazer parte de uma força-tarefa especial, decide sair do grupo por discordar da violência de suas ações.
"Wolverine pacifista?!", você pensou? É isso mesmo. Esse é o grande drama de Logan: se entregar à sua fúria ou tentar levar uma vida normal ao lado da mulher que ama, trabalhando como lenhador nas florestas canadenses. Mas a vida é dura...
A aparição de novos mutantes o tempo todo acaba não deixando que o público se identifique com o drama do herói e o clima de brincadeira em algumas cenas essenciais corta a tensão da narrativa. Uma pena, porque o filme serve de ponte para X-Men - O Filme e até para, quem sabe, um novo recomeço da franquia.
Se bem que, pela bilheteria, a molecada não está nem aí para os detalhes.
Deadpool O fãs do carcaju vão gostar da fidelidade do texto (em alguns trechos) a especiais como Origem e Arma X, mas vão sentir a falta de personagens clássicos como James e Heather Hudson na trama.
Em contrapartida, vão festejar por um Dentes-de-Sabre fiel ao anti-herói dos quadrinhos (um Liev Schreiber hilário) e um Gambit realmente muito bem caracterizado.
Ah, alguém comentou comigo que estava com medo que o filme detonasse com o falador Deadpool. É, infelizmente, eles realmente acabaram com o personagem.
Mas quem se importa? O filme é do Wolverine mesmo. Agora pare de ler a vá ao cinema.
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