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Homem-Aranha 83
Nova e polêmica fase do Aranha

Depois da polêmica acerca do final de Um Dia a Mais, começa no Brasil a saga mais polêmica ainda Um Novo Dia, um recomeço na franquia do Homem-Aranha, quase do zero.

Indo contra a maré editorial, o editor Joe Quesada achou que as histórias do personagem estavam complexas demais e resolveu voltar no tempo, quando tudo era muito mais simples e fácil para Peter Parker.

O grande problema é que Quesada simplesmente jogou fora pelo menos 20 anos de histórias do amigão da vizinhança - e, com elas, a paciência dos leitores.

A edição brasileira traz o especial Spider-Man Swing Shift, que reapresenta o personagem em seu novo universo: solteiro, duro, morando na casa da tia May, no bairro de Queens, de amizade reatada com o ressuscitado Harry Osborn e se escondendo por causa da lei de registro de super-humanos (conseqüências da Guerra Civil) - aliás, esse é o único detalhe que situa o Homem-Aranha na cronologia do universo Marvel atual.

Num passe de mágica, o mundo esqueceu que ele tirou a máscara em rede nacional, na segunda edição da minissérie. A amizade com Tony Stark não existiu e outros momentos-chave para o andamento da mitologia da própria Marvel foram esquecidos.

Nada de Mary Jane?
Nas duas edições de Amazing Spider-Man desenhadas pelo bom Steve McNiven (Guerra Civil), fica claro que Quesada queria situar as revistas do Aranha no universo dos filmes. As histórias não são ruins, muito pelo contrário. Mas são uma prova concreta da falta de respeito da Casa das Idéias pelo seu leitor assíduo.

E Mary Jane? Bem, Mary Jane tomou chá de sumiço na vida de Peter, apesar de ser citada na trama. Uma nova heroína ruiva batizada de Loteria surge em Nova York. Há várias deixas de que ela pode ser a esposa do herói apagada da história. No original, o nome dela é "Jackpot", ou "Sorte Grande". Quando Peter conhece Mary Jane pela primeira vez ela diz, "Confesse, tigrão, você tirou a sorte grande!" E Loteria ainda chama o Aranha de "tigrão".

Um Novo Dia foi sucesso de vendas nos EUA e a revista, que agora sai quatro vezes ao mês, continua vendendo muito bem.

Mas os leitores que continuam a comprar a revista de seu personagem favorito são os mesmos que não param de reclamar - talvez na esperança de que tudo não passe de uma fase e que a cronologia do Aranha volte ao seu lugar.

Talvez quando Quesada sair.

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