
Tão óbvia e ruim que dá raiva
Anunciada com muita pompa como superprodução e como uma espécie de CSI brasileira, que retrataria "a verdade sobre a polícia", 9 MM São Paulo é uma série mal feita, com roteiro equivocado, uma péssima direção de atores e uma falsa câmera na mão que, se não causa náusea, enche o saco.
O episódio de estréia, "Aqui Se Faz, Aqui Se Paga", mostra uma tentativa frustrada dos produtores em entregar um produto inovador na televisão brasileira, mas que só consegue ser um derivado pobre da série americana The Shield, e que está mais para Turma do Gueto do que para Tropa de Elite.
Não, não há realidade alguma da polícia brasileira. Nem mesmo há menção da existência da Polícia Militar, pra se ter uma idéia. E os policiais usam os distintivos pendurados nos pescoços ou presos à cintura, como os durões do cinema John McLane e Martin Riggs, de Duro de Matar e Máquina Mortífera, respectivamente.
A equipe principal não poderia ser mais insossa. Um delegado monossílabo, uma modelo no papel de uma agente durona, um galã de novela da Record como o policial gostosão - que rende uma cena de sexo gratuita a pouco mais de dez minutos de duração - e um agente mais experiente e amargurado, vivido por Norival Rizzo, talvez o melhor ator do episódio.
A equipe investiga o assassinato de uma suposta modelo e acaba descobrindo ligações com o estupro de uma menina de 11 anos - aliás, a primeira cena do episódio, muito mal feita.
Pela recepção do público, a série (ou minisérie, sei lá) terá vida curta. Basta uma olhada no fórum do Mundo Fox para ver que as críticas foram muitas - e muito pesadas. Chegaram a chamar o episódio de Hermes e Renato. Cá para nós, uma ofensa para a turma de humoristas da MTV Brasil.
O site da Fox mantém uma página especial para a série, onde é possível conferir o primeiro episódio (quem tem banda larga, claro).
Comentários