conferido!
Radiohead - In Rainbows
Ingleses lançam disco difícil, mas excepcional

Há exatos 12 dias este que vos escreve não pára de escutar In Rainbows, o novíssimo álbum dos ingleses do Radiohead. Mas, ao contrário do que se possa pensar, o sétimo disco do quinteto de Oxfordshire não é uma pérola fácil de ser assimilada.

À primeira audição, In Rainbows soa tão introspectivo e alternativo quanto Kid A, álbum lançado em meados de 2000, no auge da popularidade da banda, e que tinha como objetivo testar a fidelidade de um público de milhões e afastar o grupo da superexposição.

Desde então, Thom Yorke e seus asseclas lançaram Amnesiac, álbum de sobras de Kid A, e o excelente Hail To The Thief, onde mostraram que dominam a mistura de texturas com psicodelismo, música pop e rock progressivo!

In Rainbows vem coroar essa estrada. Não há uma canção abertamente pop ou um riff de guitarra que grude no cérebro. Mas há um álbum com começo, meio e fim bem definidos e que não sai da cabeça depois da primeira audição - os elementos ficam na mente e, quando você menos espera, está ouvindo o álbum de novo e de novo. Fenomenal!

A banda está afiadíssima e a impressão de música eletrônica vai sumindo depois de ouvir as canções mais de uma vez. Estão lá o baixo em compasso com a bateria ritimada, as guitarras bem posicionadas e tocadas inusitadamente e o piano depressivo.

Aliás, depressão e melancolia ditam o recheio do disco. A voz de Yorke vai do sussurro ao grito e da seriedade ao sarcasmo em canções tristes e arrepiantes. Um bom exemplo do lado sombrio da alma do inglês é All I Need, canção de amor forte e com letra poética:

I am a moth/Who just wants to share your light/ I’m just an insect/Trying to get out of the dark/ I will stick with you/Because there are no others/ You’re all I need/I’m in the middle of your picture/Lying in the leaves.

Eu sou uma mariposa/Querendo compartilhar de sua luz/ Eu sou apenas um inseto/Tentando fugir das trevas/ Eu vou grudar em você/Porque não há mais ninguém/ Você é tudo que eu preciso/Estou no meio de sua fotografia/ Deitado na folhagem.

Há ainda a pancadaria de Bodysnatchers, a swingada 15 Steps, a belíssima Nude (e sua dor de cotovelo), a excepcional (e dificílima de cantar junto) Faust Arp, a meio bossanova Jigsaw Falling Into Place, a beleza de Videotape... São dez canções em pouco mais de 40 minutos - uma dose perfeita!

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