King Kong
"CONFERIDO!"
Um filme apaixonante de um diretor apaixonado

Comecei o último texto postado ontem, justificando a falta de argumentos para convencer o expectador a ir ao cinema conferir o novo filme de Peter Jackson.

Bem, mantenho os argumentos anteriores e só tenho a acrescentar que qualquer coisa a mais que se diga agora sobre o filme só vai atrapalhar as surpresas para quem ainda não o assistiu - e elas são muitas. Então me limito a fazer um relato tímido das minhas impressões, sem adentrar em detalhes do filme.

Só tenho a dizer que King Kong mais que correspondeu às minhas expectativas e que Peter Jackson conseguiu provar que é realmente o novo Steven Spielberg (o que ele significou para Hollywood no início dos anos 80). O cara realmente tem o toque de Midas no quesito cinemão (superprodução com qualidade).

King Kong tem três horas de duração que mais parecem uma hora e meia - e olha que Kong, o gorilão, só aparece depois dos primeiros 50 minutos. Começa como uma comédia romântica de época, vira um superfilmaço de aventura com toques de terror e termina como um drama poético (a beleza ante o irracional, o homem contra a natureza).

As atuações são muito boas e Jack Black ganha destaque na pele do cineasta ambicioso Carl Denham, um sósia de Orson Welles. Naomi Watts está magníficamente linda e sabe atuar de verdade, enquanto Adrien Brody convence como o escritor que se torna mocinho da história.

Quanto a Kong, bem... Só posso dizer que é a criatura digital mais perfeita a pisar solo cinematográfico desde o Sméagol Gollum - não coincidentemente em filme do próprio Jackson. Algumas cenas do gorila são tão perfeitas que a gente chega a duvidar que o símio crescido seja mesmo digital. Kong detona!

Os efeitos especiais são mais do que competentes e chegam ao extremo na sequência da Ilha da Caveira, mas é em Nova York que o nível de realismo atinge seu ápice. O roteiro é muito bem escrito e não tem pressa de contar a história.

Os defeitos existem, claro. São três horas de projeção e tudo no filme tem proporções à altura de seu protagonista. Mas as qualidades são infinitamente superiores.

Então, meus caros, King Kong é um filme apaixonado e apaixonante, que não tem vergonha de ser piegas em alguns momentos e não esconde sua verdadeira intenção de ser entretenimento - só que entretenimento de primeiríssima qualidade.

Vou ver de novo.

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