
NOTURNO - Guillermo del Toro & Chuck Hogan
Devo confessar que ainda não terminei de ler Noturno, mas estou tão empolgado com o livro que não resisti a fazer uma boa propaganda antes da hora.
O premiado diretor Guillermo del Toro (Hellboy, O Labirinto do Fauno) se juntou ao amigo Chuck Hogan, respeitado autor de O Impasse, para criar uma trilogia sobre vampiros que se diferencie do que estar em vigor atualmente e que realmente assuste.
"Quando eu era criança, adorava ler boas histórias de vampiro. Mas histórias muito assustadoras. Nada dessas histórias românticas de jovens lânguidos chupando o sangue de pessoas bonitas", declarou del Toro em vídeo de divulgação.
E, realmente, o que o leitor encontra logo nas primeiras páginas de Noturno é um suspense de narrativa rápida e bem elaborada, que explora com cuidado cada personagem da trama para criar um clima de tensão crescente, como que anunciando o terror que está por vir.
Fringe? Na trama, um avião vindo da Alemanha aterrisa em Nova York e, instantes depois, perde a comunicação com a torre e fica completamente desligado, sem luzes. Esse é o ponto de partida para uma invasão de vampiros em nível mundial, com direito às descrições mais nojentas e aterrorizantes que você já leu em muito tempo.
Os mais novos e aficcionados por seriados televisivos vão achar esse início semelhante ao episódio piloto de Fringe, a série fantástica de J.J. Abrams. Mas o mais antenados vão reconhecer a homenagem ao texto de Dracula, de Bram Stocker - lembra do cargueiro aportando em Londres?
O que mais me impressionou no texto foi o tom de realismo explorado pela dupla de escritores, um tanto diferente do que o público está acostumado a ver no trabalho de del Toro - e um dos pontos positivos, com certeza.
Li algumas críticas sobre os personagens serem rasos e os diálogos fracos. Não achei nada disso até agora, muito pelo contrário. Hogan tem o cuidado de criar um vínculo do personagem com o leitor em poucas linhas, para que você lamente a morte do mesmo logo em seguida.
Mas a frequência com que isso acontece leva a um certo distanciamento das mortes, naturalmente.
Enfim, não deixe de ler Noturno de jeito algum, porque poucas vezes temos a oportunidade de ler algo que já nasceu para ser um clássico do gênero. E, em tempos em que o novo capítulo de Harry Potter é a bola da vez na literatura, isso não é pouca coisa.
Que venham as próximas duas partes e a provável adaptação para o cinema - e que se dê pelas mãos do mexicano.
Para mais detalhes, clique aqui e siga para o site oficial da trilogia.
Se quiser conferir o prólogo e o primeiro capítulo do livro, clique aqui.
Comentários