O Exterminador do Futuro: A Salvação
Tudo quase perfeito, mas longa é apenas correto

Apesar dos trailers e prévias deslumbrantes, O Exterminador do Futuro: A Salvação não passa de um filme correto, certinho, feito na medida para agradar todo mundo - e, por isso mesmo, pode causar o efeito contrário.

O diretor McG amadureceu. Isso fica evidente após assistir meia-hora do filme. Mas o criador do apenas divertido As Panteras ainda tem muito o que galgar em se tratando de emocionar a platéia.

Pra ser sincero, o filme começou ruim pra mim. A sequência de abertura não tem um pingo da dramaticidade dos dois filmes dirigidos por James Cameron e a cena em que Sam Worthington contracena com Helena Bonham Carter numa prisão é completamente descartável - pra quê algum mistério, vamos dar tudo mastigadinho para o público. 

Passados cinco minutos, o filme realmente tem início. Estamos em 2018 e os humanos travam uma verdadeira guerra contra as máquinas da Skynet. John Connor, devidamente paramentado como soldado, surge em um helicóptero e lidera seus homens adentro das instalações da base das máquinas.

Vemos então os arquivos da Skynet para o protótipo do exterminador modelo T-800, aquele mesmo, encenado três vezes pelo governador da Califórnia - até aí, arrepiante.

A partir daí, acompanhamos os passos de Connor, ainda ligado sentimentalmente à sua mãe, através das fitas cassetes gravadas por Sarah, e agindo como um pregador da resistência, enviando sua mensagem incansavelmente todas as noites por rádio.

Acompanhamos também a trajetória de Marcus Right, o prisioneiro da primeira cena do filme, que ressurge no futuro, sem fazer a mínima idéia de onde está, e que acaba se metendo com um rebelde em Los Angeles chamado Kyle Reese - para quem não sabe, aquele que será o pai de John connor em 1984.

Mitologia costurada McG costurou bem a mitologia de John Connor, criada por Cameron nos dois primeiros filmes, e manteve alguns elementos da terceira parte da série, como sua esposa, a ex-veterinária e agora médica, Kate Connor - que foi interpretada anteriormente por Claire Danes.

Apesar de Bryce Dallas Howard (A Dama na Água, Homem-Aranha 3) carregar um ar de ternura à personagem, que corresponde com o lado mais humano de seu marido, e ostentar uma barriga de uns seis meses de gravidez, parece que se esqueceram de sua condição - ninguém fala do filho de Connor, nem mesmo ele.

Kyle Reese é uma grande e boa supresa no filme. O jovem pai de John Connor é interpretado por Anton Yelchin, o Checov de Star Trek (que está em cartaz), e lembra, em alguns momentos, o próprio Connor quando adolescente, em Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final.

Outra boa surpresa é Marcus Right, o personagem meio homem/meio máquina (ah, qual é, isso foi revelado já no trailer). O estreante Sam Worthington dá uma profundidade ao seu papel que está acima da média no filme - dá para perceber que Marcus era o verdadeiro protagonista da história.

Christian Bale faz um John Connor à beira do abismo, atormentado. Ele é o cara que sabe de tudo que vai acontecer até, pelo menos, a descoberta das viagens temporais. Então, não há supresas para ele. Tudo é um jogo, que ele deve conduzir para o que chegue ao resultado apontado por sua mãe. Mas isso, só até Marcus Right aparecer. 

No fim das contas, emoção é o que falta a este Exterminador 4. Há personagens ótimos, bem concebidos, mas com seus dramas mal desenvolvidos - realmente, um ponto negativo para o filme. E há as máquinas, formidáveis, mas que causam pouco terror.

Mas quando o T-800 surge pela primeira vez, mostrando um Arnold Scwarzenegger em plena forma física, um arrepio salta à espinha. McG sabia o que queria. Só faltou um pouquinho mais de sensibilidade. 

Mas não é nada que não se possa aprender até a próxima aventura.

Comentários

Opiadista disse…
Pô, eu achei demais, cara. Muito bom. Quando o Shwarza aparece é muito f0d@! Achei classe A, recomendo!
Anônimo disse…
Concordo com tudo gordo. Só não sei se não foi a expectativa muito alta que causou aquela sensação de que algo faltou. Mas tudo bem, agora eles ainda possuem bons ganchos para continuar: uma corrida contra o tempo para descobrir onde ficará a máquina do tempo da SkyNet e o final a gente já sabe, um T-800 e Kyle Reese são enviados. Esse seria o filme nº 5. Para o sexto, o surgimento dos robôs de metal líquido e a captura do T-800. Só não sei como seria, pois o Schwarzenegger não é o "mesmo". Mas pode-se usar o mesmo boneco de qualquer forma. Eu pago o ingresso sem reclamar. E vc?

PÍNGUIM

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