
Anote aí: após as quase duas horas e meia de projeção de Transformers: A Vingança dos Derrotados, você vai pensar que assistiu a um dos melhores arrasa-quarteirões do ano - e vai estar completamente correto.
A sequência do megasucesso de 2007 é tudo o que promete, sem tirar nem por mais nada.
O diretor Michael Bay e os roteiristas Roberto Orci e Ehren Kruger cumpriram corretamente a cartilha de continuações cinematográficas implantada por Steven Spielberg nos anos 80 (não por acaso o produtor da película) e conseguiram entregar um filme que diverte, faz rir e até, acredite, chorar.
Mas não pense que este Transformers 2 é um filme impecável. Longe disso. Os erros da aventura anterior, como o humor beirando o mau gosto e a apologia ao poderio bélico americano, estão todos de volta - e, pior, multiplicados.
Mas, assim como no filme de 2007, os pontos positivos acabam suprimindo os aspectos negativos e a diversão acaba ganhando terreno.
Pancadaria cibernética O filme já começa na pancadaria. Após derrotar Megatron e seus asseclas, Optimus Prime e os Autobots montam uma equipe especial juntamente com alguns dos soldados do primeiro filme, para caçar Decepticons que estão infiltrados em diferentes nações do planeta.
Logo de cara, Bay mostra que não veio para brincar e entrega uma sequência arrasadora, com os Autobots enfrentando um Decepticon gigantesco em Hong Kong, com direito a um estonteante salto de paraquedas de Optimus.
Com o grupo se mostrando implacável, logo o governo americano se mobiliza para interferir nas ações da equipe, alegando que os Decepticons estão na Terra apenas para se vingar de suas contrapartes.
Nesse meio tempo, Sam Witwicky está prestes a ingressar na universidade, morrendo de amores pela fabulosa Mikaela e dispensando a companhia de seu protetor, o Camaro Bumblebee.
O que ele não sabe é que os Decepticons estão de olho nele para encontrar a fonte de energia maior de Cybertron, com o intuito de restaurar o poder de seu líder, o primitivo Fallen, e acionar uma arma destruidora no planeta.
Os caminhos de Sam e Optimus acabam se cruzando novamente. Mas o que os aguarda é uma das cenas mais fortes e tristes que um filme do gênero já fez.
Overdose de robôs No elenco, quase todos estão de volta. Shia LaBeouf conduz com perfeição, mais uma vez, toda a trama. Seu carisma é posto à prova quando o filme assume um tom mais sombrio e seu personagem passa do deslumbre do primeiro filme para o temor absoluto.
Megan Fox talvez seja a grande decepção. Sua Mikaela é tão pautada para ser "A" gostosa da vez que tudo nela soa falso - preste atenção no brilho intocável dos lábios da garota, mesmo em cenas em que isso seria impossível.
E tem os robôs. O que dizer? São tantos e tão variados que nem dá pra escolher um preferido. Mas eles vem e vao numa velocidade aterradora e isso acaba sendo uma das baixas do filme.
Do lado dos Autobots, temos Optimus e Bumblebee, cheios de personalidade e em papéis tão bem desenvolvidos que até parecem atores vestindo roupas de lata. Mas o resto é resto, meros figurantes - alguns, como os patetas Skids e Wheelie, são completamente dispensáveis.
Nos Decepticons, Megatron e seu parceiro submisso Starscream continuam roubando a cena, apagando até a presença do primordial Fallen, que é até uma boa surpresa na trama.
Mas o resultado final fica muito acima da média. Bay e sua equipe conseguiram seu Império Contra-Ataca e, com certeza, estarão de volta para uma terceira parte. Só resta saber o que sobrou para mostrar após a overdose de A Vingança dos Derrotados.
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