The Spirit O pior filme desde...

Acabei de assistir The Spirit, adaptação do clássico personagem de HQ criado pelo mestre Will Eisner, e confesso que ainda não consegui acreditar no que vi.

The Spirit é, sem sombra de dúvida, um dos piores filmes já feitos e só perde em ruindade para o recente Dragon Wars na lista eudiário de desgostos - e olha que ainda dei a maior corda pra Frank Miller, o autor da catástrofe.

Para não entrar em muitos detalhes (coisa que eu detesto quando não gosto de um filme), vale ressaltar que Miller, apesar de criticar abertamente as adaptações de quadrinhos recentes - falando mal dos estúdios, que imprimem sua visão e não adaptam os personagens de fato -, rezou catolicamente sobre a cartilha das piores adaptações já feitas, como Demolidor, Elektra e X-Men III, e conseguiu ser ainda pior.

Do visual ao texto, passando pelas atuações vergonhosas de todo mundo (em especial Samuel L. Jackson, Eva Mendes e Scarlett Johansson, que desastre), The Spirit é uma aberração sem tamanho. Está mais pra um especial de Natal de Sin City cruzando caminho com o personagem de Eisner - em versão impressa, claro.

Cocô boiando
Miller ainda cometeu o equívoco de idealizar Spirit como um Batman cheio de pensamentos filosófico-submundo-urbanos: "Minha cidade grita. Ela precisa de mim. Ela é minha vida... e eu sou seu Espírito" - coisa que ele fez na famigerada minissérie Batman e Robin, publicada por aqui pela Panini. E, no fim das contas, não soube que caminho tomar.

A adaptação é uma comédia pastelão sobre um justiceiro boboca, um filme de aventura com toques de humor ou um longa de ação com visual dark? A resposta talvez seja "tudo isso". E o resultado, como não poderia deixar de ser, foi o pior possível.

Aí, você vai ler este texto e pensar: "Ah, qualé, você tá de birra com o Miller. Ele é o mestre que revolucionou o Demolidor, escreveu e desenhou O Cavaleiro das Trevas e Ronin, coisa e tal". É, foi mesmo. Mas fez merda, literalmente - confira a cena em que Spirit luta com Octopus, com direito a cocô boiando.

O lado bom é que Miller conseguiu mostrar que nasceu apenas para fazer quadrinhos. Sorte da indústria de HQ e azar de quem deu o dinheiro pra ele brincar de diretor e entregar um trabalho de conclusão de curso de cinema.

É melhor guardar seu santo dinheirinho pra outra sessão.

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