
Dig Out Your Soul
Oasis escava a própria alma e se redime
Certamente, você vai ouvir por aí que Dig Out Your Soul é o melhor disco do Oasis desde Definitely Maybe e What's The Story Morning Glory - não é bem assim, mas é mais ou menos isso mesmo.
Falaram a mesma coisa do chato Heather Chemistry e do bom Don't Believe The Truth. Mas, conversa fiada à parte, Dig Out Your Soul é realmente um grande trabalho, comparável aos melhores da banda de Manchester, que parece finalmente ter amadurecido.
O disco abre com a vigorosa Bag it Up e segue ruidoso com uma trinca arrebatadora, The Turning, Waiting For The Rapture e o primeiro single The Shock Of The Lightning, que remetem à sonoridade crua do primeiro álbum dos irmãos Gallagher.
O quê?! Quatro faixas e o disco continua excelente?! É, e ainda tem mais.
A delicadeza de I'm Outta Time consegue emocionar sem ser piegas, (Get Off Your) High Horse Lady, cantada por Noel, pode ser considerada a Come Together do grupo, e a arabesca To Be Where There's Life tem alguns dos versos mais sombrios da banda - Day's turning to night/Pray for the light/Let me come through/Let me take you/Away over the line (Os dias viram noite/Reze pela luz/Deixe-me passar/Deixe-me arrastar você/Para além do limite)!
Dig Out Your Soul marca também um período novo no processo de composição do Oasis. Noel Gallagher, responsável pela condução artística do grupo, escreveu apenas seis das 11 canções, dando mais espaço pro irmão Liam (I'm Outta Time, Ain't Got Nothing e Soldier On) e para o guitarrista Gem Archer (To Be Where There's Life) e para o baixista Andy Bell (The Nature of Reality).
O resultado é visível, dado o frescor e qualidade das composições. E as influências parecem ter se expandido, fugindo um pouco da sombra dos Beatles. Há referências claras a Rolling Stones, The Who e até The Doors. Que continuem assim.
Ah, e ouça logo, antes que os irmãos falem alguma baboseira e façam você odiá-los uma vez mais.
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