
Álbum rápido, barulhento e... chato!
Pois é, Michael Stipe e companhia que me desculpem, mas Accelerate é seu álbum mais chato em muito, muito tempo - pior ainda que o engajado-mas-lerdo Around The Sun, de 2004.
E olha que até fiquei impressionado com Supernatural Superticious, o primeiro single do álbum. Mas as canções não são ruins. É que depois de ouvi-las, elas não permanecem na cabeça - e falar isso de um álbum do R.E.M. não é uma coisa muito boa.
Estão lá a voz inconfundível de Stipe, a guitarra habilidosa de Peter Buck, o baixo quase inexistente e a segunda voz de Mike Mills, mas...
As canções também não são ruins. Living Well Is the Best Revenge abre bem o disco, rápida, certeira, mas... Hollow Man (Homem Oco) lembra os primeiros discos, é razoável, mas...
Houston é sombria, lembra até alguma coisa do lado B de Out of Time, mas...
I'm Gonna DJ, canção que aparece no álbum ao vivo, lançado no ano passado, fecha Accelerate. É um respiro, mas não convence. No disco anterior parecia muito melhor. Aqui, cercada de pomposidade, parece tapa-buraco.
De um modo geral, o disco parece que soaria melhor se fosse totalmente acústico.
A verdade é que Accelerate não funciona. O álbum foi produzido pela banda e por Jacknife Lee, produtor eficiente por trás de coisas muito boas, como os últimos de Bloc Party, Editors, The Hives e Snow Patrol - todos excelentes.
Mas aqui ele não acertou. Há unidade, mas não ha convencimento. Há jovialidade, mas não direcionamento. Há uma grande banda, mas não um trabalho marcante.
E eles podem fazer muito melhor que isso.
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