Young Modern - Silverchair
Australianos eficientes e ousados

Os três integrantes do grupo australiano Siverchair já deixaram de ser garotos há um bom tempo, mas a lembrança de Daniel Johns ainda moleque com madeixas loiras ao estilo Kurt Cobain e cantando a la Eddie Vedder ainda paira forte na lembrança alheia.

O Silverchair cresceu muito de lá para cá, literalmente e artisticamente falando. Se Neon Ballroom (1999) mostrou que o grupo queria encontrar uma identidade própria, o excelente Diorama (2002) consolidou o talento dos três músicos para melodias pegajosas, arranjos de bom gosto e canções elaboradas acima da média do mercado fonográfico.

Há tempos você não ouve uma canção do Silverchair tocar sem parar nas rádios, não é? Pois isso é um bom sinal nos dias de hoje. Não à toa o grupo australiano lançou um novo álbum no ano passado e por aqui não houve sequer um eco da notícia.

Young Modern é o quinto disco do trio e apresenta maturidade e, acima de tudo, a qualidade e ousadia adquiridas nos dois últimos trabalhos. O trabalho chegou às lojas internacionais em maio, mas na web já estava disponível para download desde março, no iTunes.

O álbum abre com a modernosa Young Modern Station, algo parecido com um misto de The Who com o Queen do início de carreira. O lado mais leve aparece já segunda faixa, emendada com a primeira, a excelente Straight Lines, que também foi o primeiro single.

A junção de rock progressivo com elementos de ópera imperam por quase todo o disco, com na deliciosa Reflections of a Sound, mas o trabalho soa um pouco sombrio à primeira audição, ficando mais alegre e jovial à medida em que é ouvido.

Mas é em Those Thieving Birds/Strange Behaviour, uma canção em duas partes com seus mais de sete minutos de duração, que essa faceta fica ainda mais evidente. Arranjo de cordas, falsetes bem colocados e peso na medida para completar - uma beleza.

The Man That Knew Too Much tem uma pegada dançante que lembra a era disco e não faz vergonha para roqueiro nenhum desde que o U2 gravou Misterious Ways.

Na segunda metade do álbum, Young Modern arregaça as mangas de vez e assume seu lado setentista, seja nos arranjos, seja nas melodias leves, mostrando uma faceta bem diferente do grupo que gravou Freak Show, álbum de 1996.

O disco pode até chocar os fãs mais puristas, mas é inegável dizer que Daniel Johns, Ben Gilles e Chris Joannou conseguiram seguir em frente com sua sonoridade e que amadureceram muito bem. e Young Modern é a prova maior disso.

Você pode ouvir Young Modern por inteiro no site oficial do grupo. Clique aqui e siga para lá. Abaixo, você confere o vídeo de Straight Lines, com os cumprimentos do YouTube.

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