O (triste) fim do IRA!

É com muito pesar que vejo o triste fim de um grupo que marcou 25 anos de minha parca existência.

O IRA! não era só um grupo dos finados anos 1980, mas um dos poucos sobreviventes de uma época cheia de firulas e influências de tudo que havia de ruim no primeiro mundo com personalidade própria e algo a dizer.

No meio do caminho, o texto se perdeu e a textura trocou de pele. Mas a banda soube renascer e continuar seguindo, renovando energias, alegrando velhos fãs (como eu) e agregando novos convertidos. Nem a voz perdida de um dos maiores vocalistas do rock brasileiro conseguiu derrubar o grupo.

Eis que, depois de ultrapassar 25 anos de estrada e lançar mais um disco/projeto/presente para os fãs (o álbum/DVD Invisível DJ), sai a notícia de que o IRA! encerrou suas atividades.

O vocalista Valadão, mais conhecido como Nasi, saiu na frente dizendo que era uma parada estratégica, para renovar forças e que o grupo não havia acabado. Alguns shows-sem-todos-os-integrantes depois, a boataria continuava com força. Eis que uma briga entre irmãos coroou de vez a história e o grupo decidiu prestar contas aos fãs, ontem mesmo:

"Comunicado oficial do IRA!

Em virtude das dúvidas e incertezas suscitadas pelas seguidas declarações, documentadas na mídia impressa e eletrônica, na qual o cantor Marcos Valadão, também conhecido como "Nasi", anuncia seu desligamento do grupo, nós; Ricardo Gaspa, contrabaixista, Andre Jung, baterista, e Edgard Scandurra, guitarrista, declaramos que:

Em respeito aos nossos milhares de fãs, aos nossos familiares, ao nosso agente, nossa gravadora, nossa equipe técnica e seus familiares, o IRA! vai continuar. Cumpriremos todos os compromissos profissionais anteriormente assumidos, continuaremos a bem-sucedida turnê do álbum Invísivel DJ, obra que muito nos orgulha e que se encontra no início de sua divulgação.

A tristeza e a dor que esse momento provoca nos faz mais fortes e aguerridos. Com quase 26 anos de estrada, sabemos que a garantia da continuidade do grupo sempre residiu na conduta democrática que, independentemente da circunstancial popularidade, ou do papel desempenhado, garantiu direitos, deveres e receitas iguais para todos os membros.

A vontade da maioria sempre prevaleceu sobre interesses individuais. Ficar ou sair é uma decisão de foro íntimo, mas é uma decisão absolutamente individual, a continuação do grupo é uma decisão coletiva.

Em diversos momentos na nossa história tivemos que nos apresentar em shows sem que um integrante estivesse, por um motivo ou outro, presente. Em nenhum dos shows citados, o público deixou de comparecer ou se entusiasmar com a força do repertório, ou a performance dos que se apresentaram então.

Essa é a certeza que temos de que nossa continuação será plena de energia criativa e que novas belas páginas serão escritas na obra do IRA!

Quanto aos problemas pessoais pelos quais está passando "Nasi", estamos certos que, com a ajuda de seus familiares, ele os superará...

Repetindo a máxima do nosso metier; o show tem que continuar.

Paz, Amor e IRA!"

Desde já nosso lamento pelo ocorrido e força aos que permaneceram.

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