Os Melhores de 2010
Filmes, discos, livros e HQs que arrebentaram
E chegamos a mais uma lista eudiário dos melhores do ano - a segunda e, desta vez, mais cedo do que eu pensava. Vamos às mudanças. A lista anterior era formada, obrigatoriamente, por dez itens em cada categoria.
Para preparar um texto mais coeso e rápido de ler, decidi listar apenas o que mais me despertou a atenção. Com isso, algumas categorias acabaram tendo mais eleitos, enquanto que outras ficaram com menos. Uma nova categoria surgiu.
Filmes, discos, livros e HQs que arrebentaram
E chegamos a mais uma lista eudiário dos melhores do ano - a segunda e, desta vez, mais cedo do que eu pensava. Vamos às mudanças. A lista anterior era formada, obrigatoriamente, por dez itens em cada categoria.
Para preparar um texto mais coeso e rápido de ler, decidi listar apenas o que mais me despertou a atenção. Com isso, algumas categorias acabaram tendo mais eleitos, enquanto que outras ficaram com menos. Uma nova categoria surgiu.
Dada à sua crescente importância e aceitação em todo o planeta, eu não poderia deixar de fora a televisão. Outro ponto é a mudança da categoria Discos para Música, já que alguns lançamentos em DVD são tão (ou mais) importantes quanto o formato em CD e há ainda quem lance algo direto na web para download.
Sem mais delongas, vamos à lista. E divirta-se.
Filmes Tropa de Elite 2
"Não tem pra ninguém", sem patriotismo ou puxação de saco. Além de ser um grande drama de ação, Tropa de Elite 2 foi o filme mais importante para o cinema brasileiro em 2010, ultrapssando os números de Titanic e Avatar e ainda se tornando a maior bilheteria do cinema nacional de todos os tempos. Parabéns ao diretor José Padilha e a Wagner Moura, que entregou ao público um personagem que carrega no olhar a indignação do povo em relação aos seus representantes - a cena em que Nascimento espanca o deputado criminoso já é uma das melhores do cinema contemporâneo.
The Town - O queridinho Ben Affleck em sua segunda incursão como diretor de cinema. Até dá medo. Mas quem conferiu o excelente Medo da Verdade em 2007, sabe que Affleck é um diretor, no mínimo, correto. Em The Town (intitulado por aqui erroneamente como Atração Perigosa) ele se superou. A grande surpresa para mim foi o grau de compelxidade da realização em si, tocada com tanta maestria pelo jovem cineasta, que uma história batida se transformou em um filme cheio de frescor. Deu uma rasteira em nomes maiores, como Nolan e Scorcese - e isso não é pouco.
Inception - Christopher Nolan copia ideias do anime Paprika e entrega mais uma opereta criminosa com sua assinatura, caracterizada pela jovialidade e sofisticação. Se não conseguiu criar o novo Matrix, pelo menos entregou um pipocão com conteúdo para permear rodas e rodas de bar. Acertou de novo. E que venha o game e a inevitável sequência - ou você realmente acredita que peão caiu ao final do filme?
I Saw The Devil - O cinema coreano tem sido um frescor de ideias bem realizadas e produção de primeira linha desde o início da década. Mas o segundo filme de Ji-Woon Kim, do surpreendente O Bom, O Mau e O Bizarro (batizado aqui de Os Invencíveis), é simplesmente fenomenal. Um thriller psicológico do mesmo naipe de O Silêncio dos Inocentes e também um filme de ação como Hollywood há muito não faz, I Saw The Devil (Eu Vi o Demônio, literalmente) é denso, pesado e de uma crueza sem limites. O psicopata interpretado por Choi Min-sik, a estrela de Oldboy, já pode ser considerado um dos ícones no cinema asiático.
Mother - Filme coreano de 2009, mas só exibido este ano por aqui, Mother é um drama psicológico tão profundo que nos faz questionar valores morais ao final da projeção - até onde iríamos para defender um filho? O diretor Bong Joon-ho é o mesmo do excelente O Hospedeiro, de 2006.
Inverno da Alma - Vencedor do Festival de Sundance neste ano, Inverno da Alma (Winter's Bone no original) conta a história de Ree Dolly, uma garota de 17 anos que toma conta da mãe e dos dois irmãos mais novos numa comunidade florestal decadente no Arkansas, e sua busca por seu pai desaparecido. Frio, duro e pesado, é um drama espetacularmente bem dirigido e que lança uma nova estrela, Jennifer Lawrence, provável concorrente ao Oscar.
Monsters - Imagine Cloverfield misturado a Distrito 9 e você terá uma ideia deste filme. Feito, basicamente, por um diretor e dois atores soberbos, todos iniciantes, Monsters é um drama de ficção científica soberbo e delicado, que levanta duras questões sobre as relações entre EUA e México ao mesmo tempo em que entrega uma história de amor real, sem firulas. Pelo conjunto da obra, merece o reconhecimento com uma indicação ao Oscar.
A Rede Social - David Fincher é soberbo até quando erra (vide O Quarto do Pânico). Em A Rede Social, ele adapta o livro Milionários Por Acaso, que descreve a trajetória do nascimento do site de relacionamentos Facebook, e joga apimenta nos olhos dos envolvidos. Filme difícil de ser assimilado de primeira, mas soberbo nos detalhes e na narrativa fora de tempo - e ainda apresenta um Justin Timberlake com cara de Oscar, pode acreditar.
Toy Story 3 - Que os caras dos estúdios Pixar não conseguem fazer filme ruim todo mundo já sabe. Mas este ano eles tiveram que se esforçar por causa da concorrência - Como Treinar o Seu Dragão é magnífico. Mas conseguiram de novo. Toy Story 3 não é só um grande filme de animação, mas fecha a história do cowboy Woody e do policial do espaço Buzz Lightyear com maestria e ainda retoma a ideia principal do longa original, que falava, basicamente, de amadurecimento. Simplesmente genial - e ainda consegue arrancar lágrimas com um final superemocionante.
The Loved Ones - Ainda sem data de estreia por aqui, este filme australiano com toques do cinema de terror americano dos anos 80 é simplesmente uma pérola a ser descoberta. Dirigido pelo estreante Sean Byrne e com um elenco estupendamente brilhante, The Loved Ones é um daqueles filmes em que temos a certeza de como cada cena vai terminar, mas que, ainda assim, tomamos um susto de cair para trás. Destaque para os jovens atores Xavier Samuel e a superultrapsicopata Robin McLeavy. Genial.
The American - O fotógrafo e cineasta Anton Corbjin enterga seu segundo longa, estrelado por ninguém menos que George Clooney e rodado inteiramente na Itália. Maestria na fotografia e um roteiro que privilegia os poucos personagens e suas relações são os grandes atrativos na história do assassino americano que se refugia no interior da Itália para um óbvio último trabalho e acaba se apaixonando por uma prostitua. O Americano do original virou Um Homem Misterioso nas telas brasileiras, mas nem o título equivocado atrapalha este excelente filme.
A Ilha do Medo - Scorcese em estado de ebulição. O diretor americano mostra aqui muita inquietude e vontade de fazer um cinema novo, mas com os pés fincados no passado. Acertou mais uma vez e entregou um dos melhores e mais intrigantes filmes de 2010, com ator em um momento soberbo - Leonardo diCaprio mais merece uma indicação ao Oscar e a Academia poderia se redimir pelo erro que cometeu ao deixá-lo de fora dos nomeados por Os Infiltrados, em 2006.
Scott Pilgrim Contra o Mundo - Muito se fala sobre adaptações de histórias em quadrinhos, mas nenhuma até hoje chega perto do que Edgar Wright fez em Scott Pilgrim Contra o Mundo. Um dos filmes mais antenados e divertidos do ano, não conseguiu o sucesso merecido nos cinemas - talvez pela overdose de informações visuais, quem sabe? Mas a adaptação da série em quadrinhos do canadense Bryan Lee O'Malley foi, sem dúvidas, um dos filmes mais originais de 2010 e merece seu lugar na história.
Kick-Ass - Desde o início esta produção independente prometia. Uma HQ quase underground, um diretor quase underground e financiamento do próprio bolso. Depois de uma prévia exibida numa feira de quadrinhos, todo mundo queria dar dinheiro para Matthew Vaugham terminar sua adptação da minissérie de Mark Millar e John Romita Jr. Diversão pura e feita para adultos que cresceram lendo quadrinhos de super-heróis, Kick-Ass não só adapta a revistinha original, mas expande tanto roteiro como personagens. E quando você começa a levar a história a sério, acaba tomando um chute direto no traseiro. Sensacional.
TV The Walking Dead
É indiscutível que a televisão americana consegue sempre apresentar novas ideias em formatos antigos e The Walking Dead é um bom exemplo disso. Baseado numa premiada série em quadrinhos e narrada no melhor estilo de seriado, a série do cineasta Frank Darabont foi a melhor surpresa da TV este ano, sem dúvida. Manteve o tom de crônica americana ao avesso da HQ ao mesmo tempo em que expandiu os núcleos com bom gosto e criatividade. Nota 10.
The Pacific - Minissérie fenomenal de Steven Spielberg e Tom Hanks, The Pacific narra nos mínimos detalhes a verdadeira participação americana na Segunda Guerra Mundial: a guerra no Oceano Pacífico para deter o avanço dos japoneses. Imagens históricas e depoimentos de alguns sobreviventes - muitos deles retratados nos dez episódios - compõem o roteiro intrincado e emotivo. O episódio final arranca lágrimas de qualquer marmanjo.
True Blood - Como sou avesso a modas, demorei muito a me render a esta série fantástica. Mas bastou apenas um episódio da terceira temporada de True Blood para eu ficar completamente viciado na saga da garçonete telepata da Louisiana e seu namorado vampiro. Muito sangue, sangue mesmo, e sexo compuseram o terceiro ano da série que já foi chamada de "Crepúsculo para adultos". Nada a ver. Experimente True Blood e você vai ver - mas se prepare, pois o sangue vicia.
Fringe - Mais uma série que vem melhorando com o tempo. Se a primeira temporada foi morna e a segunda simplesmente espetacular, o que dizer da terceira com seus universos duplos? Fringe atingiu a maturidade muito cedo e cada episódio de seu terceiro ano tem sabor de superprodução, cheio de drama, ação, suspense e reviravoltas - e só foram exibidos nove. Péssimo para os roteiristas, ótimo para nós.
Sherlock - Série da inglesa BBC com apenas três episódios, Sherlock foi a resposta do Reino Unido ao excelente filme estrelado por Robert Downey Jr. Mas ao invés de tentarem disputar reconstituição de época com Hollywood, os produtores resolveram trazer o personagem criado por Sir Arthur Conan Doyle para os dias de hoje. E o resultado foi simplesmente sensacional. Com uma hora de duração cada, os três episódios nos apresentam ao médico e ex-combatente Watson e seu companheiro de quarto, o intrigante e superinteligente Sherlock Holmes, ajudando a polícia londrina a desvendar casos extraodinário. Benedict Cumberbatch e o futuro Bilbo Bolseiro Martin Freeman estão tão excelentes que a série garantiu mais uma temporada para 2011.
24 Horas - A despedida de Jack Bouer não poderia ter sido melhor - e em melhor hora. Apesar do formato revolucionário e das tramas antenadas na política internacional, a série já havia se esgotado há pelo menos duas temporadas e o dia final do melhor agente da CTU acabou mostrando mais fôlego que muitos dos anteriores - tanto que nos faz até querer mais uma. Com muita ação e uma narrativa nervosíssima, a oitava temporada de 24 Horas foi realmente de arrepiar.
Dexter - E o serial killer psicótico mais querido de Miami conseguiu chegar a uma quinta temporada - quem diria. Dexter é o tipo de série que privilegia o texto e as atuações e que dá status de inteligente a quem a assiste. O grande ponto de partida da temporada foi a morte de Rita, esposa do anti-herói, já na estreia. E a série agora caminha para mais um ano memorável.
Lost - Se tudo que é bom tem que acabar, então estava previsto que Lost chegaria mesmo ao fim. E chegou com a mesma qualidade que apresentou desde a primeira temporada, no longíquo mês de setembro de 2004, e nos anos seguintes. É claro que cada um tinha seu final escrito na cabeça, mas J.J. Abrams, Damon Lindelof e Carlton Cuse entregaram um final não só digno para Jack, Kate, Sawyer e companhia, mas uma das poucas séries que valem a pena ser revistas.
The Avengers - Pra terminar a lista, uma série animada. Sempre me perguntei por que a Marvel não conseguia acertar em suas animações, como a DC sempre fazia - a exceção foram as séries do cabeça de teia. Mas parece que os caras finalmente descobriram a fórmula. No melhor estilo Liga da Justiça Sem Limites, Os Vingadores aborda o universo criado por Stan Lee e Jack Kirby como nunca antes e o expande por, praticamente, todos os seus personagens. Além de serem geniais, os episódios são um verdadeiro colírio para marvete nenhum botar defeito.
The Suburbs - Arcade Fire A opereta suburbana do octeto canadense foi, sem sombra de dúvidas, o melhor lançamento de 2010 - independente de gênero musical. Um álbum vigoroso, musicalmente bem resolvido, e uma crônica social contundente, carregada de dramas e anseios caseiros. The Suburbs já nasceu um clássico.
Interpol Se em Our Love to Admire, seu terceiro trabalho, os novaiorquinos do Interpol derraparam, em seu novo e autointitulado disco eles acertaram na loteria de novo. São dez faixas hipnotizantes em pouco mais de 45 minutos que nos tiram desta dimensão - pode acreditar.
High Violet - The National Ouvi falar de The National no final de 2007, lendo uma lista de melhores do ano, onde o maravilhoso The Boxer estava listado em primeiro lugar. Se é que é possível, os americanos de meia-idade de Ohio conseguiram fazer um disco ainda melhor. "Rock maduro", dizem uns. É maduro sim, mas é muito mais jovial do que dezenas de 30 Seconds to Mars, porm exexmplo.
360 at the Rose Bowl - U2 Este registro da maior apresentação dos irlandeses nos EUA marcou também a estreia da banda no formato Blu-Ray. Captado em alta-definição num show-evento transmitido desde os bastidores pelo YouTube em outubro do ano passado, 360° at the Rose Bowl é grandioso e magnífico, assim como a música da banda, que se encaixa perfeitamente neste misto de show de rock, cabaré e circo.
Live at Praga - Radiohead Em 2009 um grupo de fãs do Radiohead resolveu capturar a banda em múltiplos ângulos em sua apresentação do dia 23 de agosto, em Praga. Thom Yorke e seus colegas acharam a ideia tão legal que presentearam os fãs com o master do áudio do show. O resultado foi lançado na internet no ano passado, em diversos formatos e com direito à capa e encarte. Tudo de graça. Um item inestimável para qualquer fã.
Concerto - Zeca Baleiro O maranhense resolveu comemorar seus 13 anos de carreira com um projeto ambicioso, que envolveu uma série de lançamentos multimídia, como um programa de rádio, uma peça infantil, um livro de letras e dois discos simultâneos. Um deles, o registro de duas apresentações no teatro Fecap, em São Paulo. Acompanhado por apenas dois músicos, Baleiro registra novas canções de sua autoria e outras de suas influências, que vão de Cartola, a Camisa de Vênus e até Foo Fighters - numa inspiradíssima versão de Best of You. Disco surpreendente.
Hubris I & II - Andreas Kisser Lançamento um tanto tardio, mas nem por isso menos importante, a estreia solo do guitarrista do Sepultura não é só um trabalho para fãs da banda, mas um importantíssimo item da música brasileira contemporânea. Composto por dois discos - um voltado às canções com guitarras e outro às mais acústicas -, Kisser pega fórmulas apresentadas em Chaos A.D. e Roots e as eleva a um novo patamar, talvez, mais sofisticado. Trabalho visceral, que levou muitos anos para ficar pronto (Kisser apresentou o projeto e algumas canções em 2008), Hubris I & II é primoroso e conta com a participação de amigos de peso, como os Paralamas Bi Ribeiro e João Barone, Rappin Hood, tony Belloto, André Abujamra e até Zé Ramalho.
Tron Legacy - Daft Punk Sse alguns trabalhos do duo francês já têm cara de animação ou ficção científica, imagine o que os caras poderiam fazer com uma mitologia tecnológica oitentista voltada para o cinema. Além de fugir da obviedade, a trilha de Tron Legacy é instigante, envolvente, modernosa e, com certeza, uma das melhores coisas do longa. Compre.
Le Noise - Neil Young Ruidoso, como o título já sugere, Le Noise não é um dos maiores discos do canandense Neil Young, mas ainda assim é um dos melhores lançamentos do ano passado. Acompanhado apenas de sua guitarra e do (genial) produtor Daniel Lanois, Young fez um de seus álbuns mais acessíveis desde Mirrorball, gravado em 1994 ao lado dos integrantes do Pearl Jam. Impressiona o frescor das canções, ao mesmo tempo sofisticadas e rústicas. Nada mau para um velhinho de 65 anos.
Bando de Dois - Danilo Beyruth No maior clima de faroeste caboclo, o paulista Danilo Beyruth conseguiu a proeza de fazer uma HQ nacional com cara de filme de Sergio Leone cruzado com Tarantino. Bando de Dois é simplesmente genial e deveria ser adaptado para o cinema - e logo. Dois cangaceiros feridos se veem numa jornada para vingar seus companheiros mortos pela volante e enterrar suas cabeças. Por trás da motivação honrosa, se escondem também alguns objetivos menos bonitos e egoístas. Belíssimo e imperdível lançamento da Zarabatana Books.
Ao Coração da Tempestade - Will Eisner Nova e excelente edição pela Companhia das Letras, com direito à nova tradução, do clássico autobiográfico do mestre Eisner. O que dizer a respeito desse trabalho que não seja óbvio? Vale por tudo que ele mostra e até pelo que ficou faltando. O pai de Spirit conta fatos marcantes de sua dura infância, adolescência e ingresso na vida adulta, momentos antes de seguir para a batalha de uma vida, a bordo de um trem rumo a uma base americana na Segunda Guerra Mundial. Obrigatório.
Jambocks - Celso Menezes & Felipe Massafera Ficou com gosto de prólogo de luxo, mas ainda assim Jambocks - Parte 1: Prelúdio Para a Guerra é uma HQ que não só dá gosto de ler, mas que também apresenta todo um trabalho preciso de pesquisa histórica que tem tudo para rivalizar com os livros de Fernando Morais. Com narrativa que lembra algumas superproduções cinematográficas, Jambocks fala da participação do primeiro grupo de aviação de caça na Segunda Grande Guerra. A arte Felipe Massafera é o grande atrativo, mas é o texto de Celso Menezes que ajuda a criar toda a expectiva. Que venha a parte 2 logo.
Tarzan - A Origem do Homem-Macaco - Joe Kubert Comentei aqui no blog que me senti uma criança novamente ao me deparar com o encadernado da Devir na livraria. E foi verdade. O trabalho de Kubert é fantástico como um todo, mas em Tarzan o quadrinista polonês-americano se superou. Adaptando fidelíssimamente o carismático personagem de Edgar Rice Burroughs para a nona arte, Kubert incorporou elementos do seriado dos anos 60, estrelado por Ron Ely, e também da série animada produzida pela Filmation e conseguiu uma revista inovadora na narrativa e no visual - até o filme de 1999 da Disney copiou sua ambientação.
Scott Pilgrim Contra o Mundo - Bryan Lee O'Malley Se a adpatação para o cinema foi espetacular, imagine a HQ. Para mim, o maior mérito do canadense Bryan Lee O'Malley foi conseguir criar uma revista moderna e "antenada" com os anseios de uma geração de adolescentes, sem ser careta ou parecer um trabalho de antropologia. Scott Pilgrim é genial e merece todo o sucesso que está obtendo em todo o mundo. E ainda colocou o Canadá no mapa cultural do planeta - e sem denegrir a imagem do país, como adoram os personagens de South Park.
Os Mortos-Vivos - Robert Kirkman Lançados originalmente no Brasil em 2006 pela editora HQM, os quatro volumes da série The Walking Dead, batizada aqui de Os Mortos-Vivos, voltaram às livrarias motivados pelo sucesso da série de TV. Hora melhor não poderia haver. A série de Robert Kirkman e do desenhista Tony Moore é mesmo espetacular e, por causa da visibilidade da adaptação televisiva, ganhou ares de best-seller nas livrarias, esgotando todos os volumes em menos de 24 horas. Corra e compre a sua, para conferir como as histórias em quadrinhos deixaram de ser entretenimento infantil há muito tempo.
Mitos Marvel - Paul Jenkins & Paolo Rilvera Bom de texto, Jenkins (Inumanos, Wolverine: Origem) se juntou ao desenhista Paolo Rivera, dono de um traço pintado, bem ao estilo de Alex Ross, mas com um pé nos quadrinhos dos anos 60, e fez uma releitura das origens de Homem-Aranha, X-Men, Hulk, Motoqueiro Fantasma, Capitão América e Quarteto Fantástico. Sem pretensão de fazer grandes transformações, a dupla apenas atualizou o contexto das histórias, incorporando elementos de suas versões cinematográficas, mas mantendo suas essências humana e social, características do criador Stan Lee.
1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer - Steven Jay Schneider Versão atualizada do best-seller, já contendo muitos filmes de 2009 - alguns deles exibidos por aqui apenas no ano passado. O trabalho de Schneider é excepcional e, se falha em alguns bons exemplares da sétima arte, consegue compilar um panorama importante da produção cinematográfica mundial sob a ótica de críticos locais e não apenas de jornallistas americanos. Mas é uma lista de filmes que só tende a crescer e que, até a próxima edição, poderia aumentar em, pelo menos, mais 100 filmes.
Alice - Lewis Carrol Esta edição da Zahar compila As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e sua sequência menos conhecida Através do Espelho e o Que Alice Encontrou Por Lá. Com tradução primorosa de Maria Luiza Borges e as ilustrações originais de John Tenniel, o livro é simplesmente indispensável - esqueça o filme. Compre e leia.
O Pequeno Príncipe (edição pop-up) - Antoine de Saint-Exupéry "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos." Essa citação do clássico de Exupéry não se aplica a esta edição, simplesmente espetacular. Ver as ilustrações do autor em versão pop-up (quando os desenhos saltam das páginas ao abri-las) junto ao texto original não tem preço. O livro de Exupéry não só ganhou outra dimensão, mas, mais uma vez, se tornou um item indispensável na estante.
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