
Tropa de Elite 2
Imperdível!
Não dá para entender os críticos de cinema no Brasil.
Apesar de toda a visibilidade do novo longa-metragem de José Padilha na maior rede de televisão do país, grande parte da crítica especializada recebeu o filme com certa frieza, sem alarde.
O que é de se estranhar, já que estamos diante da melhor franquia cinematográfica do país - que me perdoem os fãs de Se Eu Fosse Você. E também pelo fato de que Tropa de Elite é um dos grandes filmes da cinematografia brasileira contemporânea, ganhador do Urso de Prata e que conseguiu entrar em cartaz no circuito comercial americano.
E, reações da crítica à parte, parece que seu sucessor fará o mesmo caminho - senão um caminho ainda melhor. Pois Tropa de Elite 2 é, de longe, o melhor filme em cartaz nos cinemas brasileiros - não há nada que chegue perto, seja comédia, seja drama, fantasia ou filme de ação.
E o público tem prestigiado - mais de 3 milhões já assistiram.
Políticamente incorreto - Atual, antenado, bem realizado e com atuações soberbas. Tropa de Elite 2 é um filme com vários motivos para ser visto - e todos eles certos. O subtítulo no cartaz já avisa: "Agora o inimigo é outro". Mas será mesmo?
Se no filme anterior, Padilha escancarou as vísceras da polícia militar do Rio de Janeiro, expondo parte da rede de corrupção e violência que parece dominar a instituição até hoje, desta vez ele nos mostra que o buraco fica mesmo mais embaixo - ou melhor, mais acima.
O alvo agora são os políticos e policiais corruptos que enchem os bolsos de dinheiro às custas de uma falsa segurança imposta por milícias em áreas menos favorecidas da cidade maravilhosa. O capitão Nascimento agora é coronel e administra as operações do BOPE a partir da Secretária de Segurança.
Tentando equilibrar o trabalho com sua conturbada vida pessoal - sua ex-mulher está casada com um deputado estadual que luta contra a violência da polícia - o anti-herói interpretado magistralmente por Wagner Moura se vê dentro de um esquema que toma vidas em detrimento de votos e que porá em risco a segurança de sua família.
Milhem Cortaz, o capitão Fábio, famoso pelo cinismo descarado e tapas na cara no filme anterior ("Pede pra sair!"), também está de volta. E é justamente ele o responsável pelos momentos de descontração na trama - mesmo que as cenas tratem de questões beeem pesadas.
Outro destaque é o ator Sandro Rocha, o Russo, policial frio, cínico e sem escrúpulos, que comanda uma milícia que faz fortuna derrubando bocas em favelas. O personagem é tão real que dá calafrios.
No fim das contas, José Padilha acertou em cheio, mais uma vez. Fez um filme violento e polêmico como o anterior, que levanta várias questões a respeito da seriedade de algumas das principais instituições do país, e ainda conseguiu entregar ao público um drama de ação como poucos, que vai deixar várias frases marcantes no vocabulário popular por um bom tempo.
Imperdível!
Ah, e seu filme fará, sem dúvida alguma, um estrondo daqueles nas bancas piratas do país - assim que sair em vídeo.
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