
DISTRITO 9
Misturando ficção científica com documentário, diretor estreia com pe direito e faz um dos melhores filmes do gênero - ainda que não seja nada original
Você já deve ter visto ou ouvido alguma coisa sobre Distrito 9, com certeza. Um anúncio em revista ou colado em algum poste - ou mesmo alguém comentando o trailer bem "sacado".
Aclamado pela crítica como um dos filmes de ficção científica mais originais e importantes dos últimos tempos, D9, como é chamado, teve um custo total de US$ 30 milhões e faturou cerca de US$ 120 milhões, só nos EUA.
Mas será que o filme é isso tudo mesmo?
Você já deve ter visto ou ouvido alguma coisa sobre Distrito 9, com certeza. Um anúncio em revista ou colado em algum poste - ou mesmo alguém comentando o trailer bem "sacado".
Aclamado pela crítica como um dos filmes de ficção científica mais originais e importantes dos últimos tempos, D9, como é chamado, teve um custo total de US$ 30 milhões e faturou cerca de US$ 120 milhões, só nos EUA.
Mas será que o filme é isso tudo mesmo?
A verdade mesmo é que o filme de estreia do sul-africano Neill Blomkamp é mais um bom exemplo de estratégia de marketing bem realizada aliada a um excelente produto - mas que não é tão original assim.
A história de uma espaçonave abandonada sobre uma grande cidade terrestre, com milhares de alienígenas a bordo, que logo se misturam à cultura local, já foi abordada com maestria no saudoso Missão Alien (Alien Nation, no original), de 1988.
Mas enquanto o filme do obscuro diretor Graham Baker tomava como ponto de partida filmes policiais como Máquina Mortífera para falar da discriminação contra negros e mexicanos numa Los Angeles futurista, Distrito 9 abusa do gênero documental para nos dar uma verdadeira lição sobre o racismo em Johannesburgo, na África do Sul.
O diretor estreante Neill Blomkamp já havia realizado um curta-metragem semelhante (que pode ser visto aqui), em que colava depoimentos reais com imagens de alienígenas mulambentos em favelas. Mas em D9 em foi acertadamente mais longe.
Robocop X A Mosca O filme começa realmente como um documentário, contando sobre o repentino aparecimento da espaçonave sobre a maior cidade da África do Sul e mostrando a opinião de especialistas e pessoas ligadas à tentativa de estabelecimento do primeiro contato.
Paralelamente, uma equipe de campo de uma multinacional chamada MNU se prepara para entrar no Distrito 9, o gueto onde as criaturas, chamadas de "camarões" pelos nativos, vivem desde que receberam asilo terrestre.
O líder da equipe é Wikus Van der Merwe (o esteante Sharlto Copley), um completo idiota, casado com a filha de um executivo-chefe da companhia. Vemos então, com detalhes, os alienígenas e entendemos o porquê do "camarão".
Sob o pretexto de realocar os residentes do gueto, a MNU explora a área do D9 à procura de armamento alienígena e de uma maneira de poder utilizá-los, já que as armas são ativadas a partir do DNA.
O filme segue com uma narrativa cortada, rápida e seca, quase caótica, que a princípio parece não explorar propositadamente o potencial do enredo. Até que...
Contar mais significa estragar a trama. Basta dizer que Blomkamp bebeu direitinho nas fontes certas e fez um filme misto de Missão Alien, Robocop e A Mosca que se torna um produto final único e revigorante em tempos de pouca imaginação no cinema americano.
A produção de Peter Jackson (Senhor dos Anéis, King Kong) foi crucial para o visual impactante do filme, tão bem resolvido que os alienígenas parecem realmente de verdade - parabéns ao pessoa da Weta.
Não perca por nada.
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