A maldição da cigana
Sam Raimi volta às origens em filme macabro e hilariante

Após dirigir três arrasa-quarteirões estrelados pelo "amigão da vizinhança", o americano Sam Raimi parecia precisar dar um tempo nas superproduções para descansar - afinal, foram mais ou menos seis anos de trabalho ininterrupto.

E qual foi a solução que ele encontrou para relaxar? Escrever e dirigir outro filme. Mas não um qualquer.

Arraste-me Para O Inferno marca a volta do cineasta ao gênero que o consagrou e, mais ainda, consolida seu nome como um dos diretores mais competentes da atualidade.

A história, escrita por Raimi e seu irmão Ivan, mostra a bancária Christine Brown (Alison Lohman, de Peixe Grande e Beowulf) às voltas com uma maldição cigana por causa de uma hipoteca vencida.

Preocupada em mostrar serviço ao chefe para ganhar a disputa pela cadeira de vice-diretora do banco, Christine se recusa a revalidar um empréstimo a uma velha cigana (a medonha e hilária Lorna Raver, atriz mais conhecida por participações em várias séries de TV).

Após um embate corpo a corpo com a idosa desdentada, Christine é almadiçoada a ser perseguida por uma entidade diabólica durante três dias, quando então será devidamente arrastada para a casa do "cramulhão".

Humor negro
Os fãs que estavam sentindo falta do diretor de Uma Noita Alucinante vão simplesmente se regozijar com Arraste-me Para O Inferno.

Estão presentes no filme o humor negro, pesado e beirando o besteirol, tanto quanto as sequências apavorantes, de arrepiar os pelos da alma. Fica notório que Raimi teve total liberdade de criação para desenvolver seu longa - algo do qual ele mesmo reclamara em Homem-Aranha 3.

A mistura de efeitos visuais de última geração com técnicas de uma época menos digitalizada também salta aos olhos - a sequência da invocação do demônio é fabulosa. E tudo fica ainda melhor quando conferido na tela grande.

Ao final da sessão, a impressão que se tem é que o diretor estava muito à vontade com a produção e que entregou um presente aos fãs. E quem ganha com isso somos nós.

Corra para o cinema.

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