O Cavaleiro das Trevas
A Piada Mortal
A maior aventura do home-morcego já feita!

Sombrio, épico, operístico, violento.

O Cavaleiro das Trevas é tudo isso e um pouco mais. Finalmente, o diretor Christopher Nolan conseguiu o que se esperava desde que Batman chegou ao cinema: realizar verdadeiramente um filme do homem-morcego.

Não que Batman Begins seja um filme ruim ou menor. Aliás, foi com a nova franquia que o personagem finalmente foi abordado da maneira correta na tela grande. Mas o primeiro filme parecia um aperitivo saboroso para algo muito maior (e melhor). E isso se comprovou.

O Cavaleiro das Trevas não só é o passo evolutivo lógico de Batman Begins, mas também é o filme que soterra todas as adaptações anteriores. E conseguiu isso com uma estratégia até simples: fugir ainda mais da fantasia que permeava os filmes do personagem.

O clima de realidade iniciado no filme anterior chega ao ápice aqui, com todas as cenas tendo sido rodadas em locações. Talvez à exceção do QG do vigilante, tudo foi realmente feito em Chicago, a cidade que inspirou Bob Kane a criar Gotham City.

O tom é realmente sombrio e salta ao olhar já nos primeiros minutos de projeção. A fotografia é azulada, cinza, esverdeada, dependendo de cada cena. E não há mais aquele trem/metrô suspenso ou prédios digitais evidentes da aventura anterior. É tudo real (ou quase).

Roteiro soberbo
O roteiro é uma pérola à parte. Logo no início, o expectador é apresentado ao personagem que vai ditar todas as reviravoltas da trama. Sim, estou falando do Coringa. Em apenas seis minutos de filme você e vai ter certeza de que está diante de um Coringa como nenhum outro.

O clima vai ficando mais sombrio ao mostrar a ascensão da criminalidade prevista pelo tenente Jim Gordon no final do filme anterior - Batman serviu sim de inspiração para a cidade que protege, mas não exatamente do jeito que desejava.

O crime organizado se internacionalizou, mas sofre com a ação conjunta de Gordon, Batman e do promotor Harvey Dent, o “cavaleiro branco” de Gotham. Os três vão entrar na mira do Coringa, contratado primeiramente para liquidar Batman, mas que inevitavelmente se voltará aos outros dois.

Contar mais significa estragar as surpresas. Mas vale dizer que a direção de Nolan está menos receosa e mais segura do que ser quer, principalmente nas cenas de ação e na construção da narrativa.

E o filme segue como um Império Contra-Ataca, um X-Men 2 ou um Homem-Aranha 2, tirando seu fôlego a cada seqüência, seja com ação ou com o texto, extremamente inteligente, e fazendo o expectador desacreditar no que vê.

Atuações e referências
É injusto dizer que Heath Ledger rouba a cena do filme. O fato de ele já estar morto nos faz olhar de maneira diferente para sua atuação. Se você ouvir isso por aí, saiba apenas que ele encarnou o melhor Coringa até agora.

Sombrio, frio, calculista e inteligente, muito inteligente, o personagem é a outra ponta do pêndulo da trama, que divide com o Batman. A luta dos dois pela alma de Dent é notável - e só um vencerá.

Mas todo o elenco está muito bem dirigido e imerso em seus personagens. Com destaque para Aaron Eckhardt, notável como o promotor idealista e cheio de vontade de Justiça. Sua transformação ao decorrer do filme é simplesmente espetacular.

O restante do elenco só faz elevar seus personagens a um novo patamar – à exceção, talvez, de Morgan Freeman. Gary Oldman construiu um James Gordon fenomenal, Michael Caine mostra um Alfred disposto a sustentar as decisões de seu patrão, mesmo quando ele duvida delas, e Mary Gyllenhall transformou a insossa Rachel Dawes em uma mulher de verdade.

Para os fãs de quadrinhos, há pelo menos quatro referências explícitas no roteiro – Batman: Ano Um, A Piada Mortal, O Longo Dia das Bruxas e O Homem Que Ri. Todas excelentes, por sinal.

Ao fim, O Cavaleiro das Trevas sintetiza o que há de melhor nesses quatro especiais e mescla gêneros diferentes do cinema para oferecer uma adaptação de personagem de história em quadrinhos como nenhuma outra.

E ainda ousa ao inserir elementos novos e reescrever a mitologia do personagem principal nas telas, a exemplo de Bryan Singer e seu Superman – O Retorno - mas com um resultado muito mais empolgante. E isso não é pouco.

Cinco estrelas!

Comentários

Anônimo disse…
Meuirmão, foi fodacional total!!!! tô com o queixo nochão até agora, já vi três vezes e tô tentando baixar na net!!! se superou!!!1
Anônimo disse…
aeeeeeeeee....

ja vi em 2 lugares q o Heath Ledger leva o oscar ..... e ai, será????

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