
I Trust You To Kill Me
Músico contratado de astro de 24 Horas estréia em disco
Para quem não sabe da história, Rocco DeLuca é um músico californiano, meio italiano/meio alemão, que ficou razoavelmente conhecido no ano passado por ter assinado com o selo independente Ironworks Music, de propriedade do ator Kiefer Sutherland, o Jack Bauer da Série 24 Horas.
Posteriormente à assinatura do contrato, Rocco e seu grupo, The Burden, fizeram uma turnê pela Europa, capitaneados por Sutherland, que agiu vezes como Tour Manager, vezes como roadie.
Tudo foi devidamente registrado num documentário decente intitulado I Trust You To Kill Me, nome da canção que batizou o disco de estréia de DeLuca e sua banda.
Pois bem, o álbum chegou ao mercado estrangeiro em março do ano passado e não foi lançado por aqui, mas pode ser adquirido facilmente via Amazon ou qualquer outro site internacional de vendas.
I Trust You To Kill Me (Confio Em Você Para Me Matar) é um bom disco de estréia, mas peca pelo formato ultra límpido e certinho demais - parece que foi feito para agradar a todo mundo.
Não que o álbum seja ruim. Muito pelo contrário. DeLuca e seus três amigos mostram em 12 faixas que são músicos competentes e que poderiam estar tocando em qualquer rádio do planeta. Mas a impressão que fica, principalmente depois de ter conferido o documentário, é que o grupo apostou no caminho mais fácil.
Com 32 anos, Rocco DeLuca é um músico impressionante. Seu timbre de voz é espetacular e remete diretamente ao falecido, e também supertalentoso, Jeff Buckley. Suas influências vão desde o blues do Mississipi a melodias psicodélicas. Seu uso do dobro e slide impressionam muito, principalmente ao vivo.
O disco abre com Gift, uma canção que poderia estar em qualquer disco do Radiohead. Segue Dope e sua pegada ruidosa, regada ao blues mais tradicional. Colorful foi o primeiro single do álbum e meio que sintetiza o trabalho de DeLuca, mas está longe de ser a melhor faixa. E seguem canções inspiradas e outras nem tanto.
No geral, I Trust You To Kill Me é um álbum correto e bem realizado. E é justamente isso que incomoda um pouco. Fica a certeza de pouca ousadia depois de ouvi-lo por inteiro. E DeLuca é um músico como poucos e que, com certeza, pode muito mais.
Ainda assim, vale uma boa escutada. Pra baixar e ouvir no carro. E vamos esperar pelo próximo. Abaixo, o vídeo de Swing Low, que mostra bem o lado Mississipi de DeLuca.
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