
Yppie-ki-a-hey!!!
John McLane está de volta (mais careca do que nunca)
Bruce Willis continua sendo o cara certo na hora exata.
Numa temporada recheada de arrasa-quarteirões certeriros como Homem-Aranha, Piratas do Caribe e Transformers, qual a possibilidade de um filme do gênero policial/ação conseguir um desempenho razoável nos cinemas? Zero?
Pois Duro de Matar 4.0 não só se saiu bem nas bilheterias como passou uma boa rasteira em produções bem mais badaladas - e fez isso estreando no feriado americano de 4 de julho, junto com nada mais nada menos que a superprodução do diretor Michael Bay.
Então, presume-se que o quarto dia de cão do policial nova-iorquino John McLane seja um filme formidável, não? Bem, gostos à parte, o certo é que Duro de Matar 4.0 conseguiu ser formidável nas bilheterias. E isso por ser a produção certa na hora certa.
Nenhum outro filme da temporada evocou tanto o significado do Independence Day americano. E nenhum outro filme criticou tanto o American Way of Life e sua política belicosa.
Bruce Willis está excelente e carrega o filme nas costas - mas o filme gira em torno dele mesmo. Desta vez, McLane entra pela porta dos fundos num ataque de hackers terroristas contra o sistema de defesa dos Estados Unidos. O roteiro é formidável ao adaptar o artigo "A Farewell to Arms", que fala de um colapso mundial devido a uma falha (ou golpe) nos sistemas de informação.
Estão de volta a música, o humor, a trama bem amarrada e surpreendente e as cenas de ação de cair o queixo. O diretor Len Wiseman (dos dois Anjos da Noite) conseguiu fazer seu melhor trabalho até aqui e manter a qualidade da série inciada em 1987 (20 anos?!).
É bem verdade que algumas seqüências fogem desesperadas do bom senso, mas até lá o público já está hipnotizado pelo charme de McLane e seus problemas familiares - desta vez, tenta reconciliar com a filha, já que foi deixado pela esposa mais uma vez.
Uma boa novidade é o ator Justin Long, que faz o hacker Matt Farrel, que ajudará McLane a desestrututrar o ataque dos "terroristas".
Oriundo de séries televisivas e pontas em algumas produções cinematográficas, Long interage com Willis perfeitamente, suavizando o tom do filme e alçando a produção a um patamar cômico surpreendente - a cena em que os dois discutem com Kevin Smith, em participação especialíssima, é hilária.
No geral, Duro de Matar 4.0 é um grande filme. Honra os anteriores (é bem melhor que o segundo), cria margem para mais uma continuação e coloca Bruce Willis de volta ao pódio dos grandes astros de Hollywood - mesmo que sem um fio de cabelo.
Comentários
Tipo joquerman...