JUSTIÇA
Obra-prima nas bancas

Imagine se aquele desenho careta dos Superamigos fosse realmente levado a sério e tivesse um episódio em tom adulto mostrando a derradeira batalha entre os heróis e vilões da DC, sem as risadinhas de bandidos ou frases como "para o alto e avante" ou "santa barbaridade, Batman".

Imaginou? Então corra para a banca mais próxima e compre o primeiro exemplar de Justiça, minissérie em 12 partes concebida pelo quadrinista mais badalado dos últimos tempos, o americano Alex Ross.

É meio difícil alguém que curte quadrinhos não ter ouvido falar de Ross, mas como nada é impossível, aqui vai:

Alex Ross despontou no mercado de quadrinhos com a minissérie Marvels, que fez em parceria com o roteirista Mark Waid. O estilo de desenho pintado aliado ao traço realista transformaram-no em celebridade da noite para o dia. Anos depois, ele conseguiu de novo. Fez Kingdom Come (O Reino do Amanhã por aqui) para a concorrente DC Comics e tornou pública sua paixão pelos personagens da editora.

Depois de alguns trabalhos medianos para os dois lados (incluo até mesmo os álbuns gigantes, que têm beleza, mas dão sono), Ross finalmente se redimiu e conseguiu desenvolver um projeto singular e cheio de energia: Justice.

Pensada como uma minissérie de 12 capítulos, que saiu bimestralmente nos EUA (pena para os gringos), Justice mostra a Liga da Justiça sendo atacada pela Legião do Mal, num plano infalível orquestrado pelo gênio Lex Luthor.

Espere ver personagens sumidos há tempos dos quadrinhos e outros que só existiram em versões únicas nos desenhos dos Superamigos, como Manta Negra e o Homem-Brinquedo, mas levados realmente a sério. Nada de brincadeiras mesmo.

Já adianto que a edição três é uma das minhas HQs preferidas de todos os tempos.
O texto ficou sob a responsabilidade do roteirista e amigo Jim Krueger e os desenhos a cargo do talentoso Doug Braithwaite. Ross concebeu a história com Krueger e faz a arte-final pintada, maravilhosa.

Os leitores mais atentos vão perceber que alguns painéis do Super-Homem foram usados pelo diretor Bryan Singer como desenhos conceituais em Superman - O Retorno.

Essencial.

Pela Panini Comics, 44 páginas, formato americano, papel decente e preço camarada, R$ 4,90.

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