The Joshua Tree 20 Anos

"O melhor de The Joshua Tree é que eles podem fazê-lo dez vezes melhor ao vivo", disse o empresário Paul McGuiness, o quinto e invisível membro do grupo irlandês, quando do lançamento do seu quinto álbum de canções inéditas.

Na última sexta-feira, dia 9, The Joshua Tree completou 20 anos. "Como o tempo voa", diria o leitor mais ávido. E com razão, o tempo voa mesmo. Foi com The Joshua Tree (ou o "disco do cactus", como nos referíamos na época) que eu mergulhei inteiramente na jornada musical de quatro irlandeses da classe média de Dublin. Um lugar de onde não consegui mais sair.

Não que eu já não conhecesse o U2. Não se trata disso. O mundo inteiro conhecia Sunday Bloody Sunday, New Years Day e Bad de cor. O mundo inteiro tinha visto a banda tomar o Live Aid de assalto, com uma apresentação apaixonada.

Mas foi só depois de ouvir os primeiros acordes de I Still Haven't Found What I'm Looking For que eu corri a uma loja de discos, pela primeira vez, para comprar um LP específico.

Neste aniversário de 20 anos, quase maioridade, não há muito o que dizer sobre The Joshua Tree: Foi o álbum que fez os EUA se curvarem ao grupo. Fez o U2 ser conhecido definitivamente em todo o planeta. Ganhou a capa da Time, com o nome da banda em chamas. Rendeu uma das maiores e mais lucrativas turnês de uma banda de rock na época e um documentário exibido nos cinemas. Ganhou o Grammy de Álbum do Ano. E conseguiu que o Fantástico exibisse o vídeo de Where The Streets Have No Name, com exclusividade (na época, isso era coisa quase impossível).

Talvez o mais importante a dizer sobre The Joshua Tree seja a sua honestidade. Não se trata apenas de uma pérola pop, perfeita e de fácil assimilação a qualquer audição. Não. Lembro que, à epoca, havia aqueles que achavam o disco chato, lento, de músicas grandes, anticomercial etc.

Mas suas qualidades sobreviveram ao tempo e foram derrubando barreiras. Tanto que hoje os mesmos que o achavam chato e lento costuma dizer que é o "melhor disco do U2". E foi mesmo, por um bom tempo. Mas nem tanto por sua musicalidade, quanto por seu significado.

Com The Joshua Tree, o U2 quase virou religião. Cada apresentação e show eram gravados em fitas cassetes e VHS nojentos, que cultuávamos como A palavra divina - as letras misturando poesia, experiências lisérgicas e política estavam muito à frente do que era feito na época.

Mas foi-se o tempo e ficou o disco. E, provando que seu empresário tinha razão, a banda se reinventou e voltou ao que era mais afiada e experiente. E hoje pode olhar para trás e se orgulhar de não ter se curvado ao mainstream, mas de ter feito o mainstream se curvar perante ela.

Então, parabéns e viva por este disco existir.

Para ouvir o álbum inteiro, acompanhando as letras e conferir os vídeos, vá ao site oficial da banda clicando aqui.

Comentários

Anônimo disse…
É o disco da minha vida!!!

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