
Tropa de Elite
Pegou geral, vai pegar você!
Diretor estréia com longa excepcional
"Tropa de Elite, osso duro de roer/Pega um, pega geral/Também vai pegar você". O refrão grudento da canção do primeiro disco do grupo Tihuana, que jura que a letra não faz referência à polícia, resume um pouco a experiência de assistir a Tropa de Elite - não sai mais da cabeça tanto quanto o filme de José Padilha.
Padilha estréia no cinema convencional com o melhor filme deste ano, de longe - antes, tinha feito o documentário Ônibus 174. E já está na fila dos diretores linchados em público por cineastas em fim de carreira e pseudo-críticos de cinema que vêm na película uma apologia à tortura e ao estado policial.
Que é isso?! É o mesmo que fez Francis Ford Coppolla em O Poderoso Chefão? Ou Scorcese em quase todos os seus filmes? Esqueça essa bobagem. Padilha herdou do documentário um olhar neutro, o que certamente ajudou na hora de trazer Tropa de Elite ao mundo - e esse detalhe é responsável direto para o efeito nauseante do filme.
Ficção da Realidade
O filme é baseado no livro Elite da Tropa (que já ganhou uma nova edição, com capa trazendo o ator Wagner Moura), assinado pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares, que narra o cotidiano de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do Rio de Janeiro, em pré-visita do Papa, em meados de 1997.
O protagonista do filme é também seu narrador, o capitão Nascimento, interpretado magistralmente pelo baiano Wagner Moura, que simplesmente transpira o tormento pelo qual seu personagem passa em sua rotina diária - prestes a ser pai, Nascimento tenta encontrar um substituto, pois não concebe ser um homem de família e continuar levando a mesma vida.
Ao mesmo tempo, acompanhamos a entrada de dois novatos em um batalhão corrupto da Polícia Militar: Neto e Matias, um branco e um negro. Amigos de infância, honestos e idealistas, representam a figura do expectador numa jornada sem final feliz.
Mas, ao contrário do que pode se pensar, Tropa de Elite não é um filme de mocinhos e bandidos. É um filme que mostra a decadência de uma instituição brasileira e de como as classes que compõem a sociedade reagem a esse fato.
Quando o capitão Nascimento e seu grupo de homens de preto começam uma sessão de tortura para encontrar o corpo de um adolescente, fica claro que o conceito de heroísmo não se encaixa no comportamento do personagem principal. Só que incomoda a certeza em nós, expectadores, de que aquilo mostrado na tela é a mais pura realidade.
Trio Ternura
O sucesso do filme antes mesmo de estrear nos cinemas não é por acaso, a despeito da pirataria. Em sua bagagem, Padilha conseguiu juntar o roteirista Bráulio Mantovani, a preparadora de elenco Fátima Toledo e o montador/editor indicado ao Oscar Daniel Rezende - simplesmente o trio por trás de outra obra-prima, Cidade de Deus.
O roteiro com narrativa atemporal, dividido em blocos, a câmera na mão montada agilmente (não devendo nada a Paul Greengrass, de O Ultimato Bourne) e atores totalmente imersos em seus papéis elevam o filme a uma categoria onde repousam poucos no cinema brasileiro.
Então, deixe de ser mão de figa, largue sua cópia pirata e prestigie a produção na tela grande.
Aos cinemas.
Comentários
Podem assistir A morte do super que da voltas, nesse filme!!!
Partindo já desse ponto, já exclui-se as próximas possibilidades!
Afff!
O filme de José Padilha, na minha opinião, é dos melhores nacionais dessa última leva!
Gostei principalmente(concordando com Antônio) por mostrar a decadência das instituições que serviriam para "proteger" ou tentar fazer algo parecido.
Que ilusão... um bando de corruptos FDP! :s
HAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH... HAHA!!!
Você só mostrou preconceito no seu comentário. E todo preconceito vem da ignorância. Tenho certeza de que nunca leu um livro na sua vida, nem o pequeno príncipe. Acho que vc nem mesmo lê esse blog, mano, senão não teria essa opinião de guri de seis anos.
Quer um conselho? Deixe de assistir o Bom Dia e Companhia e vá estudar, irmão. vá aprender o significado de identidade cultural. ganhe algum conteúdo antes de querer discutir alguma coisa...
A menina ficou nervosa!!!!
Vc é são paulino, né?
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrs
OBS: EU JA LI VARIOS LIVROS, CODIGO DA VINC, FORTALEZA DIGITAL, ZAHIR,ETC MEU NOME É MARCÃO BABACA!!!
Obs.: Respeito a Opnião de todos mais com todo o respeito comparar este filme a uma animação NÂO TEM NADA A VER
Estou orgulhsa por essa otima produçao.. demorou para fazer um filme como esse, Padilha conseguiu com que esse filme cumprisse uma grnade função; colocar brasileiros "engajados" ou não, para pensar e olhar para dentro do seu pais.. algo que também foi muito bem trabalhado em Onibus 147!!!
Esse filme me surpreendeu muito, logo no começo, achei que assistiria mais uma critica a todo esse sistema de segurança do rio (não que não seja), mas esse filme diferente do que imaginei, não tem nem mocinhos, nem bandidos!!!
Um filme documental e uma obra de arte, muito bem trabalhada!!!