A Morte do Superman
Um quebra pau de aço!


A DC Comics acertou em cheio! A primeira animação da editora produzida exclusivamente para o mercado de DVD chegou às lojas americanas no último dia 18 e compensa cada centavo gasto nela.

Superman Doomsday (A Morte do Superman, por aqui) é a adaptação da saga que chacoalhou o universo do super-herói no início dos anos 1990 e levou o kryptoniano criado por Jerry Siegel e Joe Shuster às manchetes dos jornais do mundo inteiro.

A proeza aqui foi feita por Bruce Timm, responsável pelas excelentes Batman e Superman Animated e pela extraordinária série da Liga da Justiça. Timm, que supervisiona mais duas adaptações para a DC, produziu e conduziu a animação com tons cinematográficos e teor adulto - há mortes aos montes, insinuação de sexo entre os personagens principais e até palavrão.

Para começar, o longa remete à última aventura do personagem nos cinemas – parece mesmo existir depois de Superman – O Retorno. À exceção são os personagens novos introduzidos no filme de Bryan Singer, que aqui nem são citados.

A história começa com Clark Kent saindo em viagem ao Afeganistão, onde atuará como correspondente para o Planeta Diário durante algumas semanas. Na verdade, tudo não passa de um engodo. Como Super-Homem, ele planeja passar alguns dias a sós com Lois Lane na Fortaleza da Solidão.

Nesse meio tempo, Lex Luthor descobre uma espaçonave incrustada no solo, próximo ao centro do planeta. Qualquer imbecil sabe o que a nave contém e, claro, Apocalipse é libertado e começa sua trilha de destruição até Metrópolis.

O quebra entre o Super-Homem e Apocalipse é, sem dúvida, um dos pontos altos da animação. A luta começa depois de uns 15 minutos de filme e dura cerca de 20 minutos ininterruptos. É porrada que não acaba mais!

E não tem choro, não. É pau mesmo! Você vai ver o homem de aço bater sem pena, apanhar como Manuel depois que foi buscar a lenha e sangrar feio – o kryptoniano chega a vomitar sangue. Há ainda um segundo quebra pau na história, talvez mais espetacular do que o primeiro.

Depois da morte...
A Morte do Superman é muito fiel aos quadrinhos e ao mesmo tempo se distancia de sua fonte. Não há sinal de Liga da Justiça aqui e nenhum outro super-herói do universo DC dá as caras.

Entretanto, praticamente todos os personagens que fazem parte da mitologia do Super-Homem têm destaque. Depois do funeral, vemos como Perry White, Jimmy Olsen, Lois e Martha Kent têm que encarar um mundo sem o homem de aço – até Luthor sofre com a morte do herói.

A partir daqui, contar mais é estragar as surpresas. O roteiro é bem planejado e faz o que pode para se distanciar de metáforas cristãs, o que até consegue. Mas um furo aqui e outro ali se fazem presentes e alguns pulos são dados em benefício do ritmo da narrativa.

As homenagens às diversas fases do personagem permeiam a animação. A Fortaleza da Solidão é igualzinha a da era de prata. As estátuas de Jor-El e Lara são idênticas aos personagens desenhados por John Byrne, em 1986, na minissérie O Homem de Aço; e Lois e Kal El numa espécie de lua de mel às avessas lembra muito a trama de Superman II.

O design dos personagens foi mais estilizado, ganhando um ar mais dinâmico e jovial. O uniforme do Super-Homem ficou mais próximo ao mostrado em seu último filme – o S mais reduzido, cinto em diagonal e cores mais escuras. Duas rugas de expressão foram adicionadas ao personagem, para dar um ar mais maduro. O resultado acabou ficando um tanto estranho.

Para terminar, em determinado ponto a animação faz piada com Tim Burton, Jon Peters e Kevin Smith – Peters é o produtor que detém os direitos do Superman para o cinema, Burton é o diretor de Batman e Edward Mãos de Tesoura, entre outros, e Smith é roteirista e diretor de pérolas como Dogma e Procura-se Amy.

Quem conhece a história do Super-Homem por trás destes três vai dar risadas a certa altura do filme.

A Morte do Superman deve sair em dezembro no Brasil. Reserve a grana para comprar sua cópia.

Comentários

Anônimo disse…
UAU!!!
Anônimo disse…
Conferido!!!
Realmente uma obra prima dos quadrinhos, trilha muito boa, a batalha é de tirar o folego, mostrando como deve ser produzido um filme sobre o homem de aço!!!
Vale ter na coleção!!

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